27/11/2020

Leituras 2020: Um dó li tá

 Este foi um livro que li por sugestão e que sugestão! É uma leitura extraordinária e difícil de largar, foi lido em duas tardes e sem interrupções! Para mim foi um excelente início de leituras deste autor tão conceituado.

O início dá o ritmo a toda a história, um duo que tem que optar, ou morrem ambos à fome ou sucumbem ao pedido pelo assassino e têm que escolher ou lutar para ver qual deles sobrevive. Se fossem desconhecidos mas e aqui é que se torna difícil, todas as vítimas têm laços entre elas, têm filhos, vidas familiares ou grandes planos para as suas vidas mas depois da escolha tomada, nenhum dos sobreviventes está são o suficiente ou fica “inteiro” como pessoa.

É arrepiante, nada o estilo que estou habituada, mas a curiosidade levou a melhor sobre mim, pois estes crimes são investigados por Helen Grace, uma detective fantástica, dotada de uma argúcia fenomenal que a leva a ser bem sucedida a deslindar a maioria dos seus casos. É este raciocínio sagaz que vai permitir a Helen identificar quem está a deixar passar informação para fora do departamento, mas à custa de comprometer o seu relacionamento com Mark um detetive promissor a passar um mau bocado.

O que Helen não contava era : no seu interesse por um colega de trabalho e numa potencial relação e  em começar a ver um padrão nas duplas escolhidas pelo assassino. E acima de tudo Helen, terá que tirar a capa de perfeição e frieza que a cobre, desnudar o seu passado pois só assim poderá apanhar o assassino que persegue.

Macabro, arrepiante, desconcertante, de capítulos curtos e de descrições frias e detalhadas, de emoções fortes e acima de tudo uma curiosidade enorme de chegar e descobrir quem é o assassino. Mas ao mesmo tempo o autor inclui pedaços de uma história, de duas irmãs, e ainda levei um tempo para perceber se aquela história era sobre Helen ou sobre o assassino e no fim... não vou contar não é?? No entanto percebemos o porquê de Helen ser tão pouco dada a qualquer tipo de relacionamento, ao estabelecer contacto ou amizades no trabalho e porque acha que tem que se castigar quase diariamente por conta do seu passado.

É um livro de emoções fortes para os que não são de coração fraco! Um autor que me conquistou e que certamente terá um espaço na minha estante!



21/11/2020

Leituras 2020: Pessoas Normais

 

Ora que dizer sobre este livro, foi amor, ódio, não largar, detestar um dos protagonistas, depois o outro... enfim é um livro que nos faz ter muitos sentimentos contraditórios sobre o mesmo.

Passado na irlanda, retrata a vida de dois adolescentes, Connor e Marianne de proveniências e famílias muito diferentes. Connor, o menino popular do liceu, mas filho de uma mãe pobre  e solteira e Marianne, filha de uma família rica, mas com uma família disfuncional e fria, que nada mais fazem que a fazer-se sentir inadaptada.

No entanto, a vida de Connor e Marianne cruza-se e a partir daqui vivenciamos o crescimento de ambos, a entrada no mundo adultos, as experiências com pessoas diferentes, a vida na Universidade.

Porque me irritou este livro? Não sei ainda. Dou por mim a pensar muitas vezes em Marianne. Porque no final Marianne a inadaptada, deu-se bem na Universidade, Connor o menino popular duvida de si, e novamente é ele que ao entrar novamente na vida de Marianne a vai mudar e magoar, mas, não sei se ele tem algum estigma por manter um relacionamento com ela, negando quando adolescente em assumir o relacionamento com ela e mesmo depois de adulto ter dificuldades em fazê-lo. E isto chateia, porque ele acaba por determinar muito da vida dela e a maneira como ela vive. É um livro denso pelas descrições dos estados de alma tanto de Connor como de Marianne. Como vêem o mundo, a vida e a si próprios. Como mudam desde o secundário, como afectam os outros e como percepcionam e influenciam o mundo.

 Marianne ficou muito presa ao seu eu anteror creio, a tristeza, a descrença em si e a insegurança. No entanto Connor, passando pelos revezes da depressão consegue sair por cima, mais uma vez abandonando Marianne. é um retrato de uma realidade complexa que tive dificuldade em aceitar, como menina que fui, como mulher que sou, os nossos relacionamentos definem-nos mas de todo deveriam quebrar-nos ou diminuir-nos e acho que foi isso que aconteceu a Marianne.

 Um livro que me tocou, que me chateou, mas que no final fiquei com pena de deixar pois achei que só tive um vislumbre da vida de ambos e queria saber mais! 

E a pilha literária continua a descer só faltam os outros 300...


14/11/2020

Leituras 2020: A casa das meninas indesejadas



 Título: A Casa das Meninas Indesejadas 
Autor: Joanna Goodman 
Editor: Edições Asa 
N.º de Páginas: 384 
Sinopse: Aos 16 anos, Maggie Hughes faz algo imperdoável aos olhos da família: apaixona-se e engravida. O nome do rapaz é Gabriel e a relação de ambos é proibida. A bebé vai chamar-se Elodie e não conhecerá o amor dos pais. Em vez disso, é enviada para um orfanato miserável, onde cresce sem saber o que é ter um lar e uma família. E quando uma lei atribui mais dinheiro aos hospitais psiquiátricos do que aos orfanatos, a situação de Elodie piora dramaticamente. Juntamente com milhares de outros órfãos, é declarada atrasada mental. O orfanato transforma-se num hospital onde as crianças são submetidas a tratamentos para doenças que não têm, as janelas estão cobertas por grades e as aulas são substituídas por trabalho pesado. Maggie, entretanto, faz os possíveis por ter uma vida normal. Mas não consegue esquecer a bebé que foi forçada a abandonar. Após um encontro inesperado com Gabriel, que faz ressurgir memórias avassaladoras do passado, ela decide enfrentar a sua perda. E começa então uma busca desenfreada pela sua menina e pela vida que lhes foi negada… Joanna Goodman baseou-se em factos reais e na história da sua família para escrever A Casa das Meninas Indesejadas. Um romance que relata um momento negro da História e que é universal na abordagem aos laços indestrutíveis que unem mães e filhas.

 Este é um livro de temas fortes, de rejeição, de problemas culturais, de violação, dos segredos de família, da moralidade acima de tudo. Das mudanças profundas na política do Canadá, dos atentados e da rivalidade entre os descendentes ingleses e franceses.

Maggie com 16 anos mantém uma história de amor com um rapaz pobre, sem futuro, católico e de origem francesa, inadequado aos olhos do pai que almeja grandes coisas para ela. Apaixonada vê-se no entanto enviada para a quinta dos seus tios e mesmo assim o amor resiste... até que Maggie é atacada pelo tio e engravida. Sem saber o que fazer confia na família que a obriga a dar o bebé para adoção, uma pequena menina chamada Elodie.

Maggie não desiste de procurar a sua filha, casa, tenta ter filhos com o marido, mas será com Gabriel que terá novamente a possibilidade de ser feliz mas sempre com a sua filha no pensamento.

Já Elodie vive uma vida de horrores, num orfanato convertido em hospital psiquiátrico, tratada como incapaz, sujeita a maus tratos, quase violada por um enfermeiro. A sua vida é pejada de histórias de horrores abafada com um comprimido de dormir à noite para não incomodar as freiras.

 A autora criou um livro com uma escrita simples, mas com momentos de nós tirar o fôlego e decanos levar às lágrimas, tanta crueldade com tratamentos médicos desnecessários, experiências científicas com mais resultados. Tanta  maldade, tanto ódio, como podiam os representantes de Deus agirem assim? A história ainda fica mais cruel quando se percebe que as crianças eram também vendidas após serem retiradas às jovens mães. E as que ficaram tiveram a triste sorte de se tornarem incapazes ou quase escravizadas... 

Elodie sobreviveu para contar a sua história, a sua vida numa instituição mental que anteriormente tinha sido um orfanato, convertida pois era mais rentável financeiramente. Um retrato muito negro das instituições católicas e dos seus representantes. Uma comovente história de encontros, desencontros e de um final feliz, cheio de mágoa, de alegria e de perdão. Recomendo a leitura deste livro pois é uma história de superação e resiliência. 



08/11/2020

Leituras 2020: Fala-me de um dia perfeito

 Autora: Jennifer Niven

Ano de Publicação: 2015

Editora: Nuvem de Tinta

Páginas: 360


Comecei a leitura deste livro num desafio conjunto e ainda a decorrer, mas eu terminei-o numa semana. Confesso que me custou entrar nesta leitura, porque tinha uma ideia pré-concebida de que o livro era um estereótipo, dois adolescentes mal compreendidos, sofredores, que enfrentam a vida juntos e no final são bem sucedidos. Enganei-me não foi? Não é um livro lamechas que fala de emoções fúteis, é um livro muito sério que aborda questões como depressão, bipolaridade e suicídio. 

O livro apresenta duas perspectivas, sendo dividido em capítulos alternados para Finch e para Violet. E desde que se conhecem a vida de ambos não mais será a mesma. Finch e Violet vão apaixonar-se, e como nas viagens que têm que empreender para um trabalho da escola em que têm que conhecer os lugares do estado onde vivem, vão-se conhecendo, cada vez melhor. No entanto, Violet começa a recuperar da perda da sua irmã, a ver uma luz no meio da escuridão em que se perdeu, já que parte da sua identidade morreu com ela. Já Finch? Ele perde-se cada vez mais... Penso que ele não esperava encontrar Violet e que está viesse de alguma forma fazê-lo sentir-se assim. Mas ele vive num mundo só seu, traumatizado pelos mais tratos do pai, pela ignorância da mãe, que de tão cansada vive completamente alheada ao problema do filho, arrasado pelos seus colegas fúteis e que o fazem sentir-se como o “anormal” que o chamam. 

Eu pensava que, e aí está a minha visão cor de rosa das histórias, Violet iria ser capaz de tirar Finch do buraco negro em que ele se encontrava, que de certa forma ela iria ser a sua âncora, mas não!!! E é aqui que eu fiquei agarrada à história e a não querer acreditar no rumo que a mesma levou. Fiquei chocada com a falta de preocupação dos pais dele, em como aceitaram a sua ausência e se resignaram. Enquanto Violet se recuperava da sua depressão, muito pela ajuda de Finch, ele pelo contrário, caiu numa espiral decrescente, que o levou a afundar-se na sua doença até ao derradeiro final. Posso dizer que os meus sentimento foram: choque, descrédito e revolta. 

E penso que esse era o objectivo da autora: o fazer-nos sentir o que aqueles que ficam sentem. Mas, e foi por isso que digo que não apreciei a história, deu-nos uma visão muito pessimista das pessoas, que se limitam a assistir à vida de outros sem estender uma mão para ajudar. 


Recomendo a leitura mas preparem-se pois não é fácil...

04/11/2020

Leituras 2020: Uma Receita de Família

 

Já tinha lido o livro anterior da autora e tinha adorado, este gostei mas custou-me a entrar na história. Isto porque ela é contada a várias vozes e em duas épocas diferentes. Mas não me arrependi nada da leitura e confesso que fiquei com pena de no final não saber mais, porque a história parece inacabada... será que a autora nos irá brindar com mais histórias do número 11?

A premissa do livro parecia ser a de uma família perfeita, e eu já estava a imaginar ao fim de algumas páginas qual o cataclismo que iria acontecer, quem iria morrer ou ficar doente, mas não foi nada disso! O livro fala sobre as relações familiares, mas acima de tudo em como essas relações são beneficiadas com o contributo das mulheres fortes daquela família!

As duas histórias paralelas retratam-nos Kanga, avó de Laura, e a própria Laura. Ambas mulheres fortes da sua época e dedicadas à família como ninguém. Mas o que acontece quando essa família é afectada por acontecimentos inesperados? Vemos descritos dois momentos distintos, Kanga que é afectada pela pior das guerras e se vê sozinha no mundo sem os pais e, Laura por uma traição e pela saída de casa das suas filhas, ficando com um ninho vazio. O que ambas fizeram? Lutaram! Há pois sim! Ao invés de se entregar ao sofrimento de vazio e perda, Laura ruma a uma mudança: na sua casa, no seu contributo para a sociedade e acima de tudo ela própria. Laura investe-se de recursos que resultam numa mulher conciente de si própria, capaz de traçar o seu caminho e imaginem que se vê a gerir um negócio de airbnb, um negócio próprio tendo por base as receitas da sua família e no final até o do seu marido para salvar a sua adorada casa, o número 11!

Gostei da maneira como  história foi apresentada, não perdemos o fio à meada mas o final esse foi precipitado e eu não gosto de finais assim, ficou muito por dizer e acima de tudo tivemos somente um vislumbre do futuro. Espero ter mais notícias do número 11, pois gostei muito desta família!



03/11/2020

Livros 2020: A carícia do guerreiro

O tipo de livro para um par de horas! Gostei muito da história. Deparei-me por acaso com o livro e li a sinopse e foram um par de horas até o terminar.

É um livro cheio de aventuras e desventuras, de crenças antigas e de um amor escondido. 

Aileen, curandeira da vila vê-se banida pelo chefe do clã após ter deixado morrer os seus filhos recém nascidos (eram prematuros ela não poderia ter feito muito naquela altura). Não sabendo ainda o que o destino lhe reservava, à sua porta é deixado Connor, o seu grande amor da adolescência. Gravemente ferido cabe-lhe a ela zelar para que ele recupere e realize os seus planos de vingança.

A escrita é simples e sem grandes floreados, descritivo quanto baste é o livro perfeito para um bom momento!

Sinopse aqui: https://harpercollinsportugal.com/harlequin/assinatura-de/harlequin-internacional/a-caricia-do-guerreiro-detail