30/07/2021

Leituras 2021: Um verão sem homens, Siri Hustved


 Este foi um livro diferente, uma leitura que fiz com pausas e outros livros pelo meio. É um livro que nos apresenta Mia, abandonada pelo marido, e creio a ter uma crise de meia idade. Uma reflexão sobre o que a eu vida foi e o que poderia ter sido. Que nos mostra cruamente como por vezes as nossas escolhas nem sempre são as que nos trazem felicidade e de como as escolhas do outros influenciam também os nossos estados emocionais.

É um livro sem capítulos, e que se apresenta como uma reflexão, a de Mia, que expõe as suas vivências nuas e cruas, com uma linguagem direta e sem floreados. A desilusão de ser abandonada pelo marido, o não saber viver sem ele que a conduz a uma espiral descendente que culmina com um internamento, mas e aqui está o ponto de viragem, Mia rodeia-se de mulheres, diferentes, cada uma com as suas histórias e estás servem como um bálsamo para a sua tristeza e revolta.

Não é certamente um livro para todos, muitos desistem, eu quase o fiz, e menciono em cima que o fui lendo a par com outras leituras, e a autora também o sabe: “(…) se ainda está comigo agora, na página, quero dizer, que se chegou até este parágrafo, se não desistiu e não me atirou a mim, a Mia, para o outro lado da sala, ou mesmo se o fez e então se pôs a pensar que talvez alguma coisa acontecesse em breve e me foi buscar outra vez e continua a ler, então quero estender os braços para si e segurar-lhe a cara com ambas as mãos e cobri-la de beijos, beijos nas suas faces e queixo e em toda a testa e na cana do seu nariz (seja qual for o formato), porque sou toda sua, toda sua. Só queria que soubesse.” É uma leitura que se faz ao ritmo de cada um, isto é eu li devagar, mas haverá alguém que lerá mais rápido na ânsia de conhecer e ler melhor está Mia. Quanto a mim li devagar, pois a sua história não é fácil, vi o seu cansaço e a sua luta por não se abandonar ao desespero. E no fim fiquei contente por Mia avançar e, também, por conhecer as vozes de todas as mulheres que a rodearam, nos deram a conhecer facetas/fases diferentes de uma mulher, se por assim o podemos dizer, a mulher idosa, a mãe, a adolescente e como estas vozes a ajudaram de certa forma, a ultrapassar esta fase mais negra do seu percurso.

É uma leitura que recomendo, que pode não agradar a todos, mas que nos enriquece pela multiplicidade de experiências e histórias relatadas.


23/07/2021

Leituras 2021: Antes do Amanhecer, de Sara MacDonald


Sinopse: Quando a jovem Fleur conhece David, piloto de helicópteros do exército britânico, apaixona-se imediatamente e não hesita em abandonar o seu sonho de ser bailarina para se dedicar ao casamento. Tudo parece perfeito: embora longe de Inglaterra, o casal tem em Singapura uma vida repleta de exotismo e duas encantadoras filhas gémeas, Nikki e Saffie. Mas esta felicidade tem um fim abrupto quando David morre num acidente. Desamparada e só, Fleur prepara-se para regressar a Inglaterra com as filhas, quando Saffie, com cinco anos, desaparece misteriosamente. 

Vinte e oito anos depois, Nikki vive na Nova Zelândia e aguarda com ansiedade a visita da mãe, a quem sempre culpou pelo desaparecimento da irmã. Mas agora é Fleur quem desaparece durante um voo de escala em Singapura, o epicentro de todos os dramas. Nikki inicia então uma viagem arriscada com o objectivo de encontrar a mãe e enfrentar os fantasmas do seu passado. 

Nenhuma delas poderia imaginar a dimensão dos segredos que a história da família esconde…


Opinião: A leitura deste livro veio através de um desafio, precisava de um livro de capa rosa, este tem rosa na capa e na lateral é também cor de rosa. Pensava eu que seria um romance daqueles melosos e com um final feliz. Enganei-me, é uma história triste, de perda, de desentendimentos e com uma verdade surpreendente.

A história alterna psssado e presente, mãe e filha. Um pai que as deixa precocemente é um acontecimento trágico que pauta a relação de ambas como distante e pouco fácil. Fleur quer aproximar-se da filha, agora grávida e decide ir ter com ela â Nova Zelândia, onde vive com o seu companheiro, mas na escala em Singapura algo potência o seu desaparecimento e faz com que o passado volte ao de cima!

Fleur regressa ao lugar onde perdeu a filha Saffie, a gémea de Nikki, e quase 30 anos volvidos, vai finalmente saber o que lhe aconteceu, conseguindo fazer as pazes com o passado e com a filha que lhe resta. Ambas viajam e revivem os acontecimentos que vêm revelar algo surpreendente sobre o falecido marido de Fleur.

Este é um livro de emoções, de ligações e laços que se formam entre gémeos que mais ninguém parece entender. É um livro que fala de preconceito, de vergonha e de vivência escondidas e vidas aparentes. Acima de tudo é uma história muito bem conseguida que nos prende pela cadências das palavras e pela história tão bem conseguida!


17/07/2021

Leituras 2021: O guerreiro das terras altas, Ruth Ryan Langan


Sinopse: Aquilo era uma proeza que parecia tirada de uma lenda...

Merrick MacAndrew tinha consciência da dificuldade da missão, mas estava disposto a fazer qualquer coisa para salvar o seu filho moribundo... incluindo ir à procura de Allegra Drummond à sua terra encantada e raptá-la. Dizia-se que ela possuía um dom especial para curar... e para derreter o coração de Merrick, como pôde confirmar mais tarde.

Embora Allegra Drummond estivesse presa e fosse obrigada a fazer tudo o que aquele corajoso guerreiro escocês lhe pedisse, a nobreza da sua causa tinha feito com que sentisse compaixão por ele. O que não sabia é que, afinal de contas, seria ele quem a prenderia aos seus encantos, de corpo e alma.

Opinião: um romance ligeiro com escoceses à mistura, fantasia, uma aventura intensa e uma história de amor… esta é uma história que começa com Allegra Drummond e certamente teremos mais livros sobre as outras duas irmãs. Elas vivem num mundo mítico é protegido com a mãe e avó, criaturas míticas e isoladas do mundo dos homens.

Quando num dia como tantos outros o escocês Merrick MacAndrews irrompe nesse mundo levando Allegra para que pudesse socorrer o seu filho. A jovem enfrentando tudo e todos ajuda o rapazinho mas cedo descobre que existem uma trama mais profunda e complexa que pode mesmo significar a morte do lorde escocês!

Enfrentando o preconceito de todos Allegra vai fazendo amigos e aproximando-se cada vez mais de Merrick… A jovem Allegra vai conseguir desenlear os fios da trama que envolvem a família e finalmente dar uma resolução ao mistério que envolvia a morte da primeira esposa de Merrick. 

Um livro bom para uma tarde de sol, de verão e calor a passear pelas agradáveis paisagens escocesas!


11/07/2021

Leituras 2021: Entre Irmãs, Kristin Hannah

Um livro lido num desafio conjunto do Clube de Leitura Manta de Histórias. Este é um livro que fala de relações familiares, do sucesso, das voltas da vida, de como por vezes tudo se resume à família e ao grupo de amigos que temos em momentos difíceis.

A história fala-nos de duas irmãs, Meghan e Claire, filhas da mesma mãe e com percursos diferentes. Meghan, bem sucedida, com uma carreira de sucesso, com uma riqueza que evidencia o mesmo. Mas enquanto é bem sucedida no mundo profissional, vive numa solidão que se agrava com o passar do tempo, e um evento extremamente marcante faz com que decida tentar retomar a relação com a sua irmã e abrir o seu coração.

Já Claire, viveu, depois de o pai a ir buscar, uma vida familiar relativamente normal, pois foi protegida pelo seu pai. Ainda que tenha vislumbres do passado, e da sua vida com Meghan e a sua mãe, teve um percurso normal, sendo amada, tendo um bom grupo de amigas. Mas arrepende-se de não ter uma vida melhor, pois foi mãe solteira e nunca investiu numa carreira, ficando sempre no acampamento que gere com o seu pai.

Resultado? Ao fim de tantos anos ambas estão insatisfeitas com as vidas que levam, mas não conseguem aproximar-se e retomar a relação de proximidade que tinham na infância. Ligação que foi quebrada por Meghan numa tentativa de proteger Claire. Será que vão conseguir superar essa distância? Meghan dá o primeiro passo ao tirar uma licença com a desculpa, de que tem que ajudar Claire a evitar um outro erro na sua vida, um casamento apressado com um cantor country!

No entanto será este casamento que volta a unir as irmãs, que as faz perceber o que é realmente é importante. É uma história que nos fala de relações, de sentimentos contraditórios, de erros de como ultrapassá-los, de que a vida dá segundas oportunidades e que o que conta é a maneira como as vamos aproveitar!

Numa escrita cativante e que nos envolve, é contada a história das irmãs, mas também de outros, a de Joe, a do padrasto de Meghan,  a da mãe de ambas. Como uma história pode ser vista e contada de maneiras diferentes e no final todas se entrelaçam e dão origem a este livro tão bom! 

 

10/07/2021

Leituras 2021: Luz e Sombra, Leigh Bardugo

Uma palavra? Fantástico! Mas ficou tanto por contar!! Este foi um livro que poderia ter mais duzentas páginas que eu não me importaria pois ficou muito por contar. E contava com descrições mais detalhadas, mais ricas e coloridas, visto ser uma sociedade diferente.

Este é o primeiro volume da saga Grisha, este termo designa aqueles que têm talentos especiais. É de certa forma baseado na Rússia imperial, vê-se isto, no respeito pelas hierarquias, refletida na estrutura atribuída aos Grishas, nos uniformes, nos nomes, nos comportamentos frios, controlados e distantes. 

A história fala-nos de Alina e Mal, e de como ambos viveram sempre juntos desde que se conheceram no orfanato, Alina sempre lá por Mal e ela sempre lá por ela, um elo que parece inquebrantável, eles eram de certa forma a família um do outro, o porto seguro. Mas os sentimentos de ambos estão confusos, e  um acontecimento inesperado, faz o mundo de ambos ser virado do avesso! Ambos pertencem ao primeiro exército de Ravka, Alina sendo cartógrafa e Mal batedor, ainda que com posições diferentes sempre conseguiram andar a par um do outrora manterem-se juntos.

Para além do primeiro exército existem um segundo exército, composto por Grishas, que também eles têm categorias diferentes de acordo com as suas habilidades mágicas. Os Corporalki que controlam as funções do corpo humano, são capazes de abrandar o ritmo cardíaco de uma pessoa, de esmagar os seus pulmões, tanto fazer bem como mal. Os Etherealki que podem manipular os elementos como água, fogo, terra e ar. Os Materialki que criam e manipulam tudo o que tenha a ver com elementos materiais,criando por exemplo os uniformes à prova de bala que protegem os Grisha. O líder deles é o chamado Darkiling, pois tem o o poder de invocar as trevas.

Durante uma travessia ao Sulco, Alina para proteger o seu amigo Mal do ataque de um Volcra, uma das criaturas das sombras, vai realizar algo que nunca foi feito no mundo Grisha. Vai produzir luz própria, salvando e protegendo todos os que se encontravam no esquife. E é assim que se vai tornar o centro do mundo Grisha, porque ela era capaz de algo que mais ninguém realizou, ela torna-se. Conjuradora do Sol. Será ela a esperança de muitos, a de que Alina consiga unificar aquilo que o sulco separou, o país Ravka ocidental e oriental. A vivência de Alina no palácio Grisha, em Os Alta, foi uma parte que para mim foi pouco explorada. Temos vislumbres da vida de Alina no palácio. Mas não existe uma explicação muito detalhada, ou tanto como eu gostaria, por exemplo de como são classificados os Grishas por classes, de como surge a magia deles, como se desenvolve, o que é que eles fazem no palácio, estudam? Tem aulas? Tem deveres para com a população e se sim o que fazem? A ação é mais centrada em Alina e nos seus sentimentos, e em como ela vai amadurecer e com isso cimentar o seu poder, mas a autora poderia ter desenvolvido mais o conceito dos Grisha. Só vemos as interacções na sua perspectiva, com Baghra, Botkin, com Genya e o Darkling e com poucos outros.

Falando em sentimentos…Confesso que fiquei perdida de amores pela história dela com o Darkling, que já via um rumo diferente na história, pensei que bom, finalmente a luz e a sombra unem-se e salvam a história  toda… mas é isto que os livros têm de bom! Certo? Surpreendem-nos, arrebatam-nos e vemo-nos presos a esta história, que já não conseguimos parar de ler e que afinal leva um rumo bem diferente daquele que eu já estava a idealizar!

Eu adorei este mundo mágico, de certa forma parece-me um mundo semelhante ao de Harry Potter, não existe uma Hogwarths, mas existe o palácio dos Grisha, temos o “feiticeiro” charmoso mas que se revela a fonte de todo o mal, muito semelhante a Voldemort, e temos a heroína que com a ajuda do seu fiel amigo, vai fazer face ao mal e triunfar no final! Mas eu simpatizei com este vilão, ele não se tornou vilão intencionalmente, foram as circunstâncias que o tornaram assim. Ainda tenho esperança na sua redenção!! E ao mesmo tempo torço por Mal, para que ele volte para junto de Alina, para que a encontre e para que lhe fale finalmente, dos seus sentimentos. Eu suspeito que Mal também nos vai surpreender nos próximos livros, ele também deve ter certamente algum poder escondido, algo que vai surpreender todos os Grisha, mas isto sou eu a especular!

Quanto o livro, este primeiro volume, é um livro com mistério, ação, romance, aventura com uma história que nos envolve e com palavras quem os cativam e nos prendem à narrativa desde o início ao fim do livro. Estou ansiosa pela chegada do segundo volume!


08/07/2021

Leituras 2021: Que importa a fúria do mar


Vou ser honesta, eu não gostei do livro. Bem não foi da história porque dessa gostei, mas foi a forma de contar a história. A linguagem é muito complexa, e ao invés de aproximar o leitor, afasta-o pela sua complexidade. Não creio que a intenção da autora fosse ser pretensiosa, mas se a cada frase precisarmos de ir ver o significado de uma palavra a leitura torna-se mais longa e perdemos o fio da história, obrigando a uma releitura. Não é que não goste de aprender, gosto, mas o lazer tem que ser descontraído e, ler por obrigação, já o fiz, não estou a dizer que o li por obrigação, mas demorei mais tempo pois aí está, tinha que redobrar a atenção e acompanhar a narrativa.

O tema confesso foi novo para mim, as descrições são pungentes e não poupam o leitor da realidade dura que ali se viveu. Mas o que me prendeu foi sempre a história de amor de Joaquim e do seu molho de cartas. Eugénia, essa aborreceu-me um pouco, a sua falsa segurança e a sua superioridade, porque é que a história de Joaquim tinha que ser contada, ou ouvida por alguém tão pouco interessada. 

E foi aí que se fez clique, talvez a linguagem usada,  e a personagem de Eugénia tenham o propósito de, penso eu, chocar o leitor, ou o de originar um sentimento de desconforto enquanto lemos, com que objectivo? O de prestarmos a devida atenção à história! À construção das personagens, aos paralelos que se estabelecem: fascismo, democracia, amor, ódio, vivências, esquecimento… todos estes estados, vivências e sentimentos tão bem descritos através de Joaquim e Eugénia.

Mas não gostei mesmo nada do livro pela crueldade que senti nele, pela forma das descrições de maus tratos aos animais infligidos por diversas personagens, pareceu-me demais, sente-se que quase que o prazer na descrição dessas cenas com tanto detalhe. Para mim aqui o livro peca, porque é demasiadamente gráfico. E é com este sentimento que terminei o livro, e por isso não sei se irei ler algo mais da mesma autora.


05/07/2021

Leituras 2021: Felicidade, Kathryn Littlewood


Tropecei neste livro, achei-lhe piada porque se passava uma cidade chamada Calamity Falls (dizia eu para mim isto é de uns desenhos animados do miúdo, não era os desenhos animados passam-se em Gravity Falls). É uma história engraçada, que nos conta o valor do respeito pelo outro, da coragem, da confiança e dos valores e deveres enquanto família! Muito para um pequeno livro?

Pelas suas 187 páginas ri com gosto de situações caricatas, como por exemplo, quando um homem habitualmente sensível e discret, se pendura na mini torre Eiffel no bistrô local, em roupa interior para declarar o seu amor.

É um livro que nos ensina também o valor da responsabilidade para com uma herança valiosa de família,  aquilo que une uma família face a acontecimentos inesperados, e a família Bliss, que sem os pais, vai ter que enfrentar as severas consequências do uso indevido das peculiares receitas de família! Para adensar a trama aparece uma tia Lily, nunca antes vista pelos membros da família, que desaparece levando com ela algo que não deveria e pode destruir os negócios da família.

Rose e os irmãos falham em proteger o livro que guarda segredos como os: Queques do Amor, os Biscoitos da Verdade e Bolinhos de Gengibre Cantante. Ela e os seus irmãos não resistem à tentadora e divertida tia Lily, ao mesmo tempo que decidem testar as receitas do livro mágico!! Ingredientes que temos aqui para uma boa história, leve e divertida com muitas tropelias à mistura!


03/07/2021

Leituras 2021: A carta de amor acidental, Olívia Beirne


Quem pensa que este é um livro fofinho desengane-se, é um livro que usa o humor para mascarar um problema cada vez mais real nos dias de hoje: a solidão. E não se pense que é somente a solidão que toca quando chega a velhice, não! É mesmo a solidão que toca, ainda que estejamos rodeados de pessoas.

Bea, habituada à sua rotina, vê o seu universo virado ao contrário por uma carta de um desconhecido, e num acto de “possível insanidade temporária” responde fazendo-se passar pela pessoa a quem a carta era dirigida. Este acontecimento leva-a a alterar a sua rotina, a sair da sua área de conforto e a conhecer novas pessoas e revisitar lugares do passado. 

Bem escrita, com um toque de humor, a história vai apresentando o dia a dia um pouco “sem sal” de Bea, partilha uma casa, com duas amigas, mas não partilha os seus sentimentos com elas. Trabalhz num escritório cheio de pessoas, mas não se envolve emocionalmente com os mesmas. Será a carta que vai fazer com que Bea mude, que comece a olhar e a viver o mundo, e não somente a passar por ele. 

E é num sítio inesperado, com idosos e um pouco sorridente auxiliar, que Bea se reencontra, se recupera e constrói a família que tanto lhe faltava. Gostei muito, é uma história de superação, de várias superações, de solidão, de coragem, de pequenos passos que abrem novas vivências e permitem novas histórias! De vez em quando faz falta um livro assim!






01/07/2021

Leituras 2021: A minha pequena livraria, Wendy Welch


Este livro foi um achado! Esteve que tempos na estante e só este ano lhe peguei. É um livro baseado em acontecimentos reais, como um casal decide largar os seus empregos seguros, uma vida pacata e a trocam por uma aventura com livros e no meio de uma pacata vila pitoresca! Vi há pouco que a Tales of Lonesome Pine Used Books,está permanentemente encerrada, mas fica a história que essa é intemporal, retratada num belíssimo livro! Um livro que fala a todos os livrólicos (sim a palavra não existe mas gosto dela)!

Este é um livro sobre livros, como eu gosto! E como um livro pode sempre mudsrcalguem, como permite o início de uma conversa, o desenrolar de uma amizade e uma partilha por uma paixão que nem todos entendem! O sonho de muitos de nós ou é ter uma livraria, como a autora, ou trabalhar numa biblioteca. Confesso que a opção um é aventureira e a opção dois seria a mais segura, recomendar livros sem o peso de sobreviver à custa da venda dos mesmos. Pois a autora e o seu marido atiraram-se de cabeça a este projecto, sem olhar a estudo de mercado, sem saberem o que era necessário para abrir uma livraria, mas diziam eles com stock para dar e vender!

Wendy e o marido, deixam o que designam de Poço das Serpentes, e na pequena vila na Virgínia, com menos de 5000 habitantes, uma vila decandente, que vivia do negócio do carvão, instalam-se para viverem o sonho! Só que nem tudo é um mar de rosas, Wendy e o marido têm que aprender a gerir um espaço, a organizar e limpe esse mesmo espaço, a avaliar livros, a identificar quais as tendências e livros que se vendem, aqueles que podem doar e os que reutilizam para artesanato ( esta parte revirei os olhos porque nunca me imaginei sequer a rasgar um livro que fosse).

Num registo divertido, retrata a pouco e pouco as situações mais caricatas, as difíceis, como construíram a sua marca, como ganharam a confiança dos habitantes locais que se tornaram clientes e passaram a palavra fazendo o negócio crescer. 

Gostei da história porque a livraria, é-nos apresentada como um ponto de encontro, para conversas, histórias, trocas de ideias, conselhos e iniciativas fantásticas. Acima de tudo com este livro.  percebemos o papel aglutinador dos mesmos, como unem pessoas sem motivo aparente, que num acaso se encontram e se ligam através de uma paixão comum que une todos os livrólicos, a do amor aos livros.

Se quiserem uma visita virtual aqui fica o link: https://wendy-welch.com/2012/08/28/a-virtual-tour-of-tales-of-the-lonesome-pine-used-books/