03/07/2021

Leituras 2021: A carta de amor acidental, Olívia Beirne


Quem pensa que este é um livro fofinho desengane-se, é um livro que usa o humor para mascarar um problema cada vez mais real nos dias de hoje: a solidão. E não se pense que é somente a solidão que toca quando chega a velhice, não! É mesmo a solidão que toca, ainda que estejamos rodeados de pessoas.

Bea, habituada à sua rotina, vê o seu universo virado ao contrário por uma carta de um desconhecido, e num acto de “possível insanidade temporária” responde fazendo-se passar pela pessoa a quem a carta era dirigida. Este acontecimento leva-a a alterar a sua rotina, a sair da sua área de conforto e a conhecer novas pessoas e revisitar lugares do passado. 

Bem escrita, com um toque de humor, a história vai apresentando o dia a dia um pouco “sem sal” de Bea, partilha uma casa, com duas amigas, mas não partilha os seus sentimentos com elas. Trabalhz num escritório cheio de pessoas, mas não se envolve emocionalmente com os mesmas. Será a carta que vai fazer com que Bea mude, que comece a olhar e a viver o mundo, e não somente a passar por ele. 

E é num sítio inesperado, com idosos e um pouco sorridente auxiliar, que Bea se reencontra, se recupera e constrói a família que tanto lhe faltava. Gostei muito, é uma história de superação, de várias superações, de solidão, de coragem, de pequenos passos que abrem novas vivências e permitem novas histórias! De vez em quando faz falta um livro assim!






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