Título: Os Sobreviventes
Autor: Charlotte Rogan
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 272
Editor: Editorial
Teorema
Sinopse
No verão de 1914, o luxuoso
transatlântico Empress Alexandra naufraga durante a viagem entre Londres e Nova
Iorque. Os barcos salva-vidas não têm lugares para todos e a sobrevivência de
alguns implica a morte de outros. A jovem Grace consegue um lugar num
salva-vidas sobrelotado. Com os companheiros a lutarem desesperadamente contra
os elementos e entre si, numa volátil disputa de poder, Grace observa e espera.
Ao longo de três dramáticas semanas, os passageiros do salvavidas conspiram,
confrontam-se e consolam-se uns aos outros num espaço exíguo. A suas crenças
sobre humanidade e Deus e o que pensavam saber sobre si próprios será testado
ao limite à medida que descobrem do que são capazes para sobreviver.
Críticas de imprensa
«Charlotte Rogan emprega uma narrativa
enganadoramente simples para analisar a capacidade do ser humano para se
enganar a si próprio.»
J. M. Coetzee
«Um livro grandioso. Prende o leitor e
submerge-o em suspense e ambiguidade.»
Hilary Mantel
http://www.wook.pt/ficha/os-sobreviventes/a/id/15008085
O livro: A capa não tem nada de especial
mostra-nos um mar agitado com uma pequena embarcação no meio, de certa forma
antecipa um pouco o conteúdo do livro.
Temas: ética, sobrevivência,
medo, moral e costumes
Género/público: drama, romance
Personagens favoritas: Grace pela coragem e Hardie pela sua determinação
Escrita: Simples e ritmada, alternando
entre passado e presente, quebrando um pouco por vezes o ritmo da narrativa.
História: Este livro foi uma agradável surpresa, não conhecia nem a
autora, nem o título. Tentei afastar-me neste mês de autores conhecidos e dos
livros do momento, e este livro foi uma das leituras que me permiti fazer e que
me surpreendeu.
É uma leitura algo difícil,
colocarmo-nos no lugar das personagens principais, sem tormar partido e sem
criticar as escolhas feitas. Temos como temáticas: medo, ética, moral e
dúvidas, muitas dúvidas, que nos levam a pensar até onde alguém poderia ir para
se salvar numa situação daquelas.
O que mais me chocou no livro é a falta
de solidariedade e mesmo a crueldade e frieza das decisões tomadas em nome da
sobrevivência e até onde vamos para sobreviver. O sacrifício de uns em prol de
outros que parece nada significar, e mesmo a insignificância da vida humana
perante a imensidão do mar. Os personagens do barco são também simbólicos, cada
um deles representa um pouco da sociedade da época, as trabalhadoras italianas,
a senhora de alta sociedade, a filha de boas famílias, a rica recém casada, o
clero, o idoso, a mãe de família. Todos eles terão um papel diferente no
desenrolar da acção, uns evidenciam-se mais que outros e outros nem sequer têm
muito enfoque. Ora se a sobrevivência de todos dependia de todos, é estranho o
foco cair somente sobre determinadas personagens como sendo Hardie e Grace.
O livro tem uma narrativa alternada
entre o naufrágio e o passado de Grace, o seu plano para conquistar o marido,
para não ser obrigada a levar uma vida como empregada doméstica ou governanta.
Grace relata a permanência no barco salva-vidas durante as três semanas que lá
passa, as lutas pelo poder, a decisão sobre quem fica ou quem se sacrifica, a
grandeza de espírito de uns e a pobreza e mesquinhez de outros. O mais difícil
para mim foi mesmo ao ser confrontada com algumas das situações pensar no que
poderia fazer de diferente, mas damos por nós a concordar com algumas das
decisões tomadas. Eu não gostei do que fizeram a Mr. Hardie, afinal ele era o
único que sabia como poderiam sobreviver, era um homem duro, exigente mas que
comandava o barco.
Gostei do livro, mas acho que houve
muita história por contar, afinal o que aconteceu a Grace? Qual a história
subsequente? Sabemos que o advogado dela desempenhou um papel importante na sua
recuperação, mas e dele o que sabemos?
Citações favoritas: "...Meus passos já não vacilavam mais, e mesmo
quando tive a certeza de que não havia ninguém à minha espera, foi com segurança
que avancei na direcção do futuro e do que ele me reservava."
"A vida naquele momento voltava a parecer um jogo para mim, um jogo que eu podia até vencer [...]. Não se pode viver por muito tempo sobre o fio de uma navalha sem cair para um lado ou o outro, como minha experiência a bordo do barco salva-vidas mostrou com tanta clareza."
Período de Leitura: 15 a 20 Outubro
Nota:
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