04/09/2021

Leituras 2021: Ruína e Ascensão (Trilogia Grisha vol. 3) de Leigh Bardugo

Este livro é o culminar dos conflitos entre o Darkling e a Conjuradora do Sol, quem vencerá? Alina está quase como prisioneira do Apparat que, como Mal no livro anterior, a impede de conjurar o sol, ora como bem sabemos os Grisha são mais fortes se conseguirem usar o seu poder e não o contrário.

Este é o livro das emoções fortes, tudo o que Alina gosta é sacrificado, para que ela possa finalmente encontrar o terceiro amplificador, mas tudo vem com um preço, e como uma vez o Darkling já lhe tinha dito, um poder único, muitas vezes implica solidão. Alina terá que ver os seus amigos a lutarem ao seu lado, a serem despedaçados e terá de tomar a decisão mais difícil da sua vida, sacrifício ou morte de todos… eu torci tanto, mas tanto para a redenção de Alexander, a sério que já via o final em que Alina o agarrava e derrubava nele, todos os fios de luz do seu ser e ele virava luz também… nunca antes me lembro de torcer por um vilão. 

Eu tinha fé, ao acreditar que a trilogia tinha um sentido diferente, a descoberta do poder da mudança, com a conjuradora do Sol no primeiro, a batalha que ela enfrenta contra as sombras no segundo e o terceiro esperava que fosse um final de redenção, do Darkling, dos Grisha, de aceitação, de tolerância… enganei-me, é o sacrifício último mas com muita destruição antes.

Aliás tudo é escuridão antes de se ver a luz, Nikolai é transformado num ser de escuridão pelo Darkling, e a autora criou aqui a janela de oportunidade para a duologia que escreveu sobre esta personagem. Mas isto é história para umas próximas opiniões! Mas Nikolai foi uma personagem que me conquistou pelo seu carisma e pela irreverência, ao contrário de Mal que foi sempre uma personagem que não fugiu à norma e me desiludiu um pouco, pela sua ânsia de normalidade, pelo querer que Alina voltasse a ser normal, mas quando ele vivia essa normalidade, ele ignorava Alina. É o exemplo perfeito que demonstra que quando se perde algo com que sempre contamos é que se dá o devido valor. Honestamente custa-me aceitar a relação de ambos, e formarem o par romântico da trilogia…

Ravka sobreviverá? Alina será capaz de subverter Alexander? Conseguirá o terceiro amplificador? Muitas perguntas são respondidas neste volume final, a luta entre bem e mal, luz e escuridão num cenário de Rússia imperial descrita de formar magnífica nos livros. Mas sinto que muito ficou por contar, o final foi abrupto, foi muito rápido, para depois se voltar a uma normalidade que magoa… espero que a autora se redima na duologia de Nikolai ou publique mais um volume porque ficamos sem conhecer a verdadeira origem de Alina, ainda que tenhamos conhecido a de Mal… ficamos sem conhecer devidamente os outros reinos, sem saber muito mais sobre a rivalidade existente entre eles e acima de tudo perdem-se histórias interessantes como a de David e Genya, os gémeos, Zoya, Baghra… é um livro YA, focado na história de a,ir e superação mas a autora tinha espaço para criar um mundo de histórias fantásticas!


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