26/09/2021

O Outono… chegou!!

 

Olá!! Começou o Outono! Acreditem ou não, descobri que é a minha estação do ano favorita! Porquê? Perguntam vocês certamente.

1. Não faz muito calor, nem muito frio!

2. Fazem-se as vindimas, e não vos consigo descrever o aroma que têm os cachos de morangueiro maduros.

3. Apanham-se os primeiros cogumelos, vamos aos ouriços, picamos os dedos mas trazemos as castanhas.

4. Amassa-se a farinha que vai dar origem à broa e que comemos logo quando sai do forno com manteiga.

5. Acende-se a lareira, faz-se um chá e agarra-se num livro com a echarpe quentinha ao redor do pescoço… são pequenas coisas das quais eu gosto muito!!!  Qual a vossa lista de Outono??? Deixo uma gira que encontrei pelo Pinterest como sugestão.

E vocês gostam do Outono?? O grupo Livrólicos de Cá e de Lá… já se vestiu a rigor para o Outono, a foto  acompanha a estação do ano 🙂 gostam??

Boas leituras!

19/09/2021

Leituras 2021: A biblioteca de Paris, Janet Skeslien Charles

 

Assim que “ouvi falar” deste livro soube que seria um daqueles a colocar na estante, um livro sobre livros e pessoas que amam livros e II Guerra Mundial, mas como os livros desempenharam também um papel essencial na manutenção da moral das tropas e dos prisioneiros de guerra.

A biblioteca americana de Paris era um espaço de encontro para conterrâneos americanos fora do seu território nacional, era um local de troca de ideias, de encontros, de partilha e de convívio. Até que chega a guerra e os seus efeitos nefastos afecta a biblioteca também. No livro acompanhamos a história de Odile, uma jovem francesa que sonhava trabalhar na biblioteca americana, a sua vida familiar, o desejo do seu pai de a ver casada, o irmão que se opõe claramente ao regime, mas é ainda pintado nas páginas iniciais como um jovem sem um propósito definido na vida, a mãe de ambos que acompanha os filhos e não deixa que nada falte ao seu querido marido! Parece um estereótipo, que não vamos acompanhar nada de novo, mas pelo contrário! Odile vive o seu grande sonho, com o emprego na biblioteca, acompanha pessoas fascinantes, cim credos diferentes, ideias diferentes de classes diferentes, mas ali respiram-se livros e é o local favorito de Odile. Mas a chegada dos nazis transforma esse espaço e as suas pessoas, instaura-se um clima de medo, livros são arrumados, outros enviados para locais distantes, ainda assim o facto de o  " Bibliotheksschütz" proteger um pouco a biblioteca, não pode controlar o que acontece aos seus leitores, os judeus que são impedidos de frequentar o espaço e a quem Odile e outros bibliotecários arriscam para levar livros atécàs suas casas, e aqui temos um vislumbre da crueldade do tratamento dado aos judeus, primeiro impedidos de entrar e locais públicos, encerramos em suas casas, portadores de uma marca até ao despojo completo de bem e deportação para os campos de concentração.

A história é-nos contada por uma Odile mais velha, a viver em Montana, e que rememora o seu passado,e também pela sua jovem vizinha, Lily. Alternamos entre presente (anos 80) e passado (1939-1944), vivemos o drama de Odile e o de Lily que tenta ultrapassar uma perda familiar irreparável. É com muito suspense e mistério que recolhemos pedaços da história de Odile, e foi uma história tão triste! Por isso fiquei feliz que Odile tenha feito de Lily a sua protegida e voltasse a poder a confiar em alguém, a partilhar, a ajudar e a incentivar Lily sempre a perseguir os seus sonhos!

Apesar de ser Lily quem estava a passar por uma fase muito má da sua vida, acabou por ser ela a salvar Odile da solidão. Ambas tornaram-se a muleta uma da outra, apoiaram p-se, fizeram confidências, aprenderam. E no final foi bom ver que apesar de ambas ainda um pouco magoadas foram capazes de virar a página e viver com as boas lembranças.

Este é um livro com uma escrita fantástica, envolve-nos, enreda-nos com as palavras de tal forma que quando demos conta é difícil pôr a leitura de lado! Recomendo!!

Podem ler a sinopse ou adquirir o livro usando o meu link de afiliada.

Wook: https://www.wook.pt/?a_aid=60fe8431a7210

Bertrand: https://www.bertrand.pt/?a_aid=6118def71f535


Excertos Favoritos:

“Quem é o seu autor preferido? — perguntou Miss Reeder. Quem é o meu autor preferido? Uma pergunta impossível. Como podia alguém escolher apenas um? Por isso mesmo, eu e a minha tia Caro tínhamos criado categorias — autores mortos, autores vivos, estrangeiros, franceses, etc. —, para não termos de decidir. Pensei nos livros que tinha tocado na sala de leitura momentos antes, livros que me tinham tocado a mim.”

“A Biblioteca era mais do que apenas tijolo e livros; a sua argamasse era constituída por pessoas que cuidavam umas das outras.”

“Eu tinha aprendido que o amor não era paciente, o amor não era bondoso. O amor era condicional. As pessoas que nos eram mais próximas podiam virar-nos as costas, dizer adeus por uma coisa que parecia insignificante. Só podíamos depender de nós próprios. A minha paixão pela leitura cresceu — os livros não traíam.”

“— Pareces-me pensativa. — Odile passou-me Os Marginais. — É sobre família, aquela com quem nasces e aquela que crias com almas irmãs. É sobre a maneira como arranjamos um lugar para nós neste mundo.

— Os seus livros têm sorte — comentei. — Têm um sítio exacto onde devem estar. Sabem quem têm ao seu lado. Quem me dera ter um número decimal de Dewey.”

“A professora Cohen estendeu-me um romance de Laura Ingalls Wilder intitulado O Longo Inverno. — Marquei uma passagem particularmente memorável. Durante uma tempestade de neve, uma família de colonos, todos enroscados uns nos outros na sua cabana, sem se conseguirem aquecer. O pai começa a tocar a rabeca e diz às três filhas para dançarem. Elas riem-se, e dançam, e isto impede que morram congeladas. Mais tarde, o pai tem de ir tratar do gado, senão os animais morrem. Quando sai, não vê seis centímetros na sua frente. Avança agarrado à corda de estender roupa para chegar ao celeiro. Dentro de casa, a mãe sustém a respiração, à espera. — Quando peguei no romance, a professora Cohen cobriu-me as mãos com as suas.” — Não sabemos o que temos pela frente. A única coisa que podemos fazer é agarrarmo-nos à corda.”

“Foi Miss Reeder quem disse acerca dos livros que «nenhuma outra coisa possui aquela mística capacidade de nos fazer ver com os olhos de outras pessoas. A Biblioteca é uma ponte de livros entre culturas», quando publicitou o Serviço dos Soldados.”


04/09/2021

Leituras 2021: Ruína e Ascensão (Trilogia Grisha vol. 3) de Leigh Bardugo

Este livro é o culminar dos conflitos entre o Darkling e a Conjuradora do Sol, quem vencerá? Alina está quase como prisioneira do Apparat que, como Mal no livro anterior, a impede de conjurar o sol, ora como bem sabemos os Grisha são mais fortes se conseguirem usar o seu poder e não o contrário.

Este é o livro das emoções fortes, tudo o que Alina gosta é sacrificado, para que ela possa finalmente encontrar o terceiro amplificador, mas tudo vem com um preço, e como uma vez o Darkling já lhe tinha dito, um poder único, muitas vezes implica solidão. Alina terá que ver os seus amigos a lutarem ao seu lado, a serem despedaçados e terá de tomar a decisão mais difícil da sua vida, sacrifício ou morte de todos… eu torci tanto, mas tanto para a redenção de Alexander, a sério que já via o final em que Alina o agarrava e derrubava nele, todos os fios de luz do seu ser e ele virava luz também… nunca antes me lembro de torcer por um vilão. 

Eu tinha fé, ao acreditar que a trilogia tinha um sentido diferente, a descoberta do poder da mudança, com a conjuradora do Sol no primeiro, a batalha que ela enfrenta contra as sombras no segundo e o terceiro esperava que fosse um final de redenção, do Darkling, dos Grisha, de aceitação, de tolerância… enganei-me, é o sacrifício último mas com muita destruição antes.

Aliás tudo é escuridão antes de se ver a luz, Nikolai é transformado num ser de escuridão pelo Darkling, e a autora criou aqui a janela de oportunidade para a duologia que escreveu sobre esta personagem. Mas isto é história para umas próximas opiniões! Mas Nikolai foi uma personagem que me conquistou pelo seu carisma e pela irreverência, ao contrário de Mal que foi sempre uma personagem que não fugiu à norma e me desiludiu um pouco, pela sua ânsia de normalidade, pelo querer que Alina voltasse a ser normal, mas quando ele vivia essa normalidade, ele ignorava Alina. É o exemplo perfeito que demonstra que quando se perde algo com que sempre contamos é que se dá o devido valor. Honestamente custa-me aceitar a relação de ambos, e formarem o par romântico da trilogia…

Ravka sobreviverá? Alina será capaz de subverter Alexander? Conseguirá o terceiro amplificador? Muitas perguntas são respondidas neste volume final, a luta entre bem e mal, luz e escuridão num cenário de Rússia imperial descrita de formar magnífica nos livros. Mas sinto que muito ficou por contar, o final foi abrupto, foi muito rápido, para depois se voltar a uma normalidade que magoa… espero que a autora se redima na duologia de Nikolai ou publique mais um volume porque ficamos sem conhecer a verdadeira origem de Alina, ainda que tenhamos conhecido a de Mal… ficamos sem conhecer devidamente os outros reinos, sem saber muito mais sobre a rivalidade existente entre eles e acima de tudo perdem-se histórias interessantes como a de David e Genya, os gémeos, Zoya, Baghra… é um livro YA, focado na história de a,ir e superação mas a autora tinha espaço para criar um mundo de histórias fantásticas!