31/08/2021

Dia do Blogue: 31 de Agosto

 Olá!

Sabiam que hoje é o dia do blogue??

O Dia do Blogue foi estabelecido de forma informal e internacional no dia 31 de agosto. Esta data foi escolhida porque os seus números 31/08 se assemelham à palavra Blog.

Foi estabelecido que durante este dia, bloggers de todo o mundo devem colocar uma mensagem para os seus leitores, e devem mencionar outros blogues que considerem interessantes. Assim os seus leitores poderão descobrir novos blogues para serem lidos, divulgando os blogues pela internet. Fonte: Wikipédia

O meu blogue começou em 2012, a meio de uma incrível mudança de rumo, deixar um emprego estável, mas que não me dava a progressão que eu queria e parti em busca de um novo desafio. Nasceu também o blogue e, de certa forma, renasci eu, uma aventureira rumo ao desconhecido e em busca de algo novo. Pelo caminho, já mudei de emprego uma vezes, já conheci novos colegas, já abracei novas profissões. Mas a paixão, essa foi sempre a mesma, os livros! Existem outras, mais passageiras, ou que foram fases, a “crocheteira”, a doceira, a licorista, a cozinheira, a padeira… a mãe 🙂 esta é para sempre!

E os livros e a leitura foram sempre os elementos que me acompanharam nesta jornada fantástica! Uns anos li mais, outros menos, uma vezes sozinha, outras acompanhada, livros emprestados, meus… Fiz e mantenho amigas livrólicas fantásticas, pertenci a grupos, sai de uns, entrei noutros, este ano uma estreia, retirada de dois (o mau feitio que aparece com os 40 só pode!) Fiz trocas com amigas secretas, destralhei, troquei livros, correspondência, enviei mimos feitos por mim! E retomei o grupo livrólicos, Livrólicos de Cá e de Lá…, que começou também há uns anos…, esteve parado e este ano também ganhou um impulso e com muita alegria o vejo crescer. O blogue acompanha o grupo, mas é o meu cantinho colorido, das minhas rosas, do “live, laugh, love, life” porque no fim isto é o que importa, quem nos acompanha ao logo da vida, seja ela a livrólica ou não!

A minha homenagem vai para o blogue, que me levou ao meu primeiro grupo de livros no Facebook, há mais de 6 anos! Aí conheci e mantive contacto com pessoas extraordinárias. O blogue? Sinfonia dos Livros. A autora? Vera Neves. E ainda me lembro de na minha primeira troca de amiga secreta, que foste tu e mandar-te um frasco de compota que chegou um pouco em “caquinhos” aos Açores! 

Onde podem ver? aqui: http://sinfoniadoslivros.blogspot.com

Bom dia do blogue!! Já são 9 de Aromas de Cor e a contar!! 

http://aromasdecor.blogspot.com

Beijinhos!

29/08/2021

Filme: All about Love


 “For me it will always going to be all about love.” 

Ano de lançamento: 20 de dezembro de 2013

Género: romance, comédia romântica, drama

Duração: 2h03min

Direcção: Richard Curtis 

Elenco: Domhnall Glesson (Tim Lake), Billy Nighy (James Lake), Rachel McAdams (Mary), Margot Robbie (Charlotte), entre outros. 


Opinião: Este filme foi uma pequena grande surpresa! Tim, o protagonista, descobre pelo pai que pode viajar no tempo, só tem que apertar os punhos, ir para um local escuro e pensar no sítio exacto onde quer estar. No início pensamos que Tim é superficial, porque usa o seu dom com o objectivo de arranjar namorada e favorecer-se a cada vez que repete o dia/acontecimento. Mas com o desenrolar do mesmo compreendemos que afinal deixa de ser superficialidade, mas de aproveitar os pequenos momentos da vida juntos daqueles que amamos.

Tim começa a aprender as consequências de viajar no tempo, e as implicações que isso pode ter quando o faz, por exemplo quando viajou para evitar o acidente de carro da irmã e quando regressa tem um filho ao invés da filha a que estava habituado (desculpem o spoiler)!

Tim parece sempre uma personagem muito ponderada, com uma relação familiar muito próxima, em especial com o seu pai, mas no final percebemos porquê. Gostei muito como é relatado o relaciomento com Mary, e percebemos porque levam uma vida familiar tão idílica, ele aprendeu que deve levar cada dia como se fosse o último, tomando tempo para os pequenos momentos em família, com as pessoas do trabalho e até sendo sempre agradável e sorridente para um simples desconhecido, ele sabe que um pequeno gesto pode seria diferença entre um mau ou um bom dia! E é esta a premissa do filme o amor está nos pequenos gestos do dia a dia.

É um filme leve, descomplicado e divertido!

Podem ver o trailer aqui: https://youtu.be/T7A810duHvw


Leituras 2021: Sol e tormenta, Leigh Bardugo

 Neste segundo volume da Trilogia Grisha acompanhamos a fuga de Alina e Mal do Darkling depois do conflito no Sulco. Eles refugiam-se em Novyi Zem, um lugar onde vivem miseravelmente e rapidamente são encontrados pelo Darkling e o seus nichevo’ya, criaturas das sombras nunca antes vistas. Enquanto Alina moderava o seu poder para não ser detectada, o poder do Darkling está mais forte que nunca. 

Alina e Mal são capturados e rapidamente se vêem envolvidos numa nova aventura, a procura por mais um amplificador para que os poderes de Alina sejam ainda maiores. E Mal tem um papel fulcral na captura de Rusalye – um lendário dragão de gelo, pois Darkling apercebeu-se que não é somente Alina que tem um poder único, mas que Mal também tem algum tipo e poder, pois ele é um rastreador como nenhum, e por isso será a ele que o Darkling incumbe de descobrir a outra criatura mítica. Possuir este segundo amplificador aumentará ainda mais o poder da Conjuradora do Sol, que subjugada ao Darkling, fará tudo o que ele pedir para que Mal não seja morto. Aqui assistimos novamente ao início de uma trama, com a partida para umanova aventura, com novas personagens, enigmáticas e misteriosas, com Alina a tecer planos para deter o Darkling, com alianças novas e inesperadas…

E com o que é que o Darkling não estava a contar?? Que o famoso “pirata” Sturmhond, que os leva no seu navio em busca dos amplificadores, seja alguém que é tudo aquilo que o Darkling não esperava… Nikolai Lantsov, o segundo filho do Rei e, portanto, princípe de Ravka, e será ele que muda as peças do jogo, Alina poderá não ter que de submeter ao jugo de Alexander!

Alina encara a busca dos amplificadores como o meio para destruir de uma vez por todas a escuridão. E será através do diário de um dos primeiros Grishas, que ela percebe que para o seu poder ser pleno e absoluto deve ter os três amplificadores, como descritos no diário. Alina enfrenta também a dualidade da sua situação, é encarada por uns como a salvadora, a Santa Alina, que vai salvar o país da pobreza e unificar a nação, e por outros a traidora que virou as costas inclusive aos seus, os Grisha. Cabe a Alina, Mal e a um improvável grupo de encontrarem os três amplificadores de forma a conseguirem derrotar o Darkling e consequentemente fazer desaparecer o Sulco para libertar Ravka e entregar o seu domínio a Nikolai Lantsov.

Neste volume continuo com dificuldades na compreensão da dupla amorosa, confesso que me é difícil ver Alina e Mal como casal, ele não confia nela, nas suas habilidades e deseja que ela seja norma. Ainda pensei que Alina iria mesmo ser capaz de retirar toda a escuridão de Alexander e reabilitá-lo com o seu amor… mas não a autora introduz mais uma reviravolta na história, fazendo do Darkling o vilão definitivo… e quando pensávamos que o casal Mal e Alina estava cimentado aparece Sturmhond, o príncipe Nikolai, que oferece a Alina a possibilidade de ocupar o trono de Ravka como rainha. Se a trama amorosa para mim é uma decepção o facto de a autora aprofundar as lendas, as histórias, a estratégia militar e política de Nikolai foram os elementos que vieram enriquecer e salvar a trama deste livro. Aliás o príncipe salvou a trama, com a sua aura de mistério, a sua tripulação, os seus recursos, o seu código de conduta.

Estou certa que o terceiro volume nos vai trazer mais surpresas e reviravoltas inesperadas e teremos o adensar da trama e o livro vai culminar num final surpreendente!

Classificação: ★ ★ ★ ★



28/08/2021

Leituras 2021: Enquanto Houver Estrelas no Céu, Kristin Harmel

Classificação: ★ ★ ★ ★ ★

Este foi um livro que eu pensava que se enquadrava no Desafio das Capas do Kilometros de Leitura, não deu, mas li na mesma. E foi um livro maravilhoso! A história de Rose e da sua neta Hope é linda. Rose nos seus dias finais ensina tanto à sua neta tanto sobre o amor, sobre sacrifício e tolerância!

Rose encontra-se num lar e padece de Alzheimer, tem dias bons, dias meno bons e é visitada frequentemente pela sua bisneta, Annie, que está a passar um mau bocado por conta do divórcio dos seus pais. Hope, também não tem a vida fácil, abandonada pelo marido, deixou a casa que cuidou, decorou e tratou com tanto gosto, para se ver a braços com o negócio familiar, uma pastelaria, que já viu dias melhores e atravessa problemas financeiros.

Presa a estes dramas quotidianos, Hope vê-se ainda a braços com um pedido inusitado da avó, ir a Paris procurar pela sua família. Hope fica a conhecer um pouco da história que a sua avó guardava há mais de 60 anos, nos seus poucos momentos de lucidez. 

E é quando chega a Paris que descobre, que a avó teria família lá! Será o irmão mais novo da avó, que lhe relata a sua  história de amor proibido, da fuga, da entre-ajuda, da tolerância e amizades entre pessoas de diversas religiões, que num dos cenários mais improváveis, aquando da invasão dos nazis a Paris, se entreajudam para sobreviver e ajudar os judeus. A invasão nazi, colocou em fuga milhares de judeus de França, mas outros, não acreditando na crueldade e na realidade instalada, foram presos e enviados para os campos de concentração nazis. Os pais de Hope foram presos, mas Rose e o seu irmão fugiram a tempo devido a Jacob!! Ainda que os irmãos tenham tido destinos diferentes,  no final ainda se reencontram! Confesso que esta parte me fez soltar umas lágrimas, porque estiveram separados tantos tempo, em sofrimento, por pensarem estar sós no mundo e afinal ambos tinham conseguido escapar. Dá-nos pena pensar naquilo que perderam, e no que poderiam ter tido se Rose tivesse procurado mais cedo.

Apercebemo-nos depois que  as receitas dos bolos da avó Rose, nos ajudam a compreender a história da sua fuga. A avó Rose ficou com algumas famílias de outros credos, eles ensinaram-lhes essas mesmas receitas, e Rose, ainda que do outro lado do mundo e ao fim de tantos anos, homenageava-os todos os dias, a sua própria família e todos aqueles que a ajudaram a fugir, através desses bolos!

Este é um livro que mexe com as nossas emoções, do riso às lágrimas, da pena à simpatia, da revolta, do horror, ao choque, pelo relato passado durante a II Guerra Mundial. No final vemos que  Rose foi muito corajosa, viveu e perdeu uma história de amor com Jacob, aprendeu e mostrou-nos pela sua história, que bem e mal não são resultantes da religião, mas daqueles que o escolhem praticar. Que podemos sempre rezar, não importa qual a religião, pois Deus é um só e aceita-nos a todos.

Um livro muito bem escrito, alternando entre presente e passado, que nos conduz a uma história de reencontro, de perda, de amor e acima de tudo de resiliência. Recomendo a leitura!

Deixo aqui o link para o grupo Desafio das Capas: https://www.facebook.com/groups/308087210604555/?ref = share


Excertos favoritos:

“Se aprendi alguma coisa no período que a Rose passou connosco é que todos falamos ao mesmo Deus. Não é a religião que divide o Homem. É o Bem e o Mal que ele pratica na Terra.”

“Sei agora que o príncipe existe, que as pessoas que nos amam nos podem salvar e que o destino nos pode reservar surpresas que ultrapassam a nossa compreensão. Sei agora que, afinal, os contos de fadas se podem tornar realidade. Basta que tenhamos a coragem de manter a esperança.”

“Seguindo o teu coração – afirma o Jacob. – Por vezes, a vida complica-se. As circunstâncias separam-nos. As decisões orientam o nosso destino. Mas o teu coração mostrar-te-á sempre o norte.”

E podem sempre comprar ou ler a sinopse do livro através do meu link de afiliada:

Bertrand: https://www.bertrand.pt/?a_aid=6118def71f535

Wook: https://www.wook.pt/?a_aid=60fe8431a7210


21/08/2021

Leituras 2021: Mariana, de Susanna Kearsley

Este livro andou pela estantes alguns anos até lhe pegar e foi um livro que me agradou muito. O livro alterna entre passado e presente, vidas passadas e entrelaçadas pelos fio do destino, descreve como algumas almas se cruzam nesta e noutras vidas, reconhecendo-se ao longo das mesmas.

No presente, Julia Beckett, no passado Mariana Farr, vivendo no século XVII e apaixonada pelo nobre Richard de Mornay. Julia, no presente, ilustradora de profissão, que até então vivia em Londres, um dia passando numa pequena vila a caminho de casa percebe que sempre se tinha sentido atraída pela mesma,esta é Greywethers. Movida por um impulso, decide comprá-la e muda-se para lá de armas e bagagens. Aqui temos o acontecimento que desencadeará o seu percurso pela descoberta de uma vida passada, a sua história e o seu amor.

A partir daí Julia, não volta a ser a mesma, porque tem “viagens” que a levam a um passado como Mariana. As descrições feitas pela autora neste momentos,  são fantásticas, porque são extremamente detalhadas, não ao ponto de serem maçadoras, mas com o nível de detalhe necessário para que consigamos imaginar aquela época até  aos pequenos pormenores.

Julia não só se ambienta à casa, mas à vila, e também aos seus moradores. Nestes incluiem-se, Iain e Geoff, dois homens que cedo percebemos, serem muito mais importantes para o enredo do que aquilo que pensaríamos! Como Mariana, vê-se envolvida em enredos, afastada do seu amor e num clima político de conspirações e traições contra o rei! Mariana, ou as suas memórias, assaltam o quotidiano de Julia, ao ponto do seu irmão, vigário de profissão, procurar saber dela e estar mais perto. Tom, é um elemento que confere uma certa leveza ao livro, com momentos algo caricatos, como as histórias dos seus sermões dominicais. 

Alternando a narrativa entre presente e passado acompanhamos a história de amor, de Mariana, uma história algo triste, e a de Julia que irá fechar o círculo no final do livro.

Foi a primeira vez que li um livro que abordasse a temática da reencarnação desta forma ligeira. É,em suma uma história de amor, de descobrimento, romântica pautada por um bom enredo, nunca esperei aquele final! Uma escrita simples, mas que nos prende ao enredo, porque este sim, foi um relato que preencheu as minhas medidas!

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#aromas_de_cor  #desafiolivrólicosjulho


Leituras 2021: “Com Amor, Zach” de Kendall Ryan

Existem livros leves que leio após leituras mais pesadas, ou quando sei que não vou ter atenção suficiente para ler uma história de trama intrincada. Mas esta até foi uma surpresa boa!

É uma história de amor, algo clichê, mas que na sua essência é bonita e acaba por ser uma leitura bastante agradável, com momentos hot pelo meio. A história começa com uma festa, uma heroína em apuros que é salva por um príncipe desconhecido de uma situação embaraçosa com o ex maléfico… não é romance de época! Mas é assim que se iniciou a história de Zach e Poppy, que descobrem mais tarde ser professor e aluna. 

Ainda que Poppy tenha sido corajosa na sua abordagem a Zach depois retrai-se ao saber que a relação deles pode não ser vista com bons olhos. Também porque ela própria vive fechada na sua concha e é mãe solteira de Connor, um menino encantador. Então Zach, como um verdadeiro príncipe encantado, vai derrubar todas as suas barreiras uma a uma até que Poppy se rende ao seu charme.

A história está bem construída, tem momentos que nos fazem dar boas gargalhadas, quem não o faria com as cenas da mãe de Zach?? É um romance erótico mas sem o exagero de muito outros, que chega a roçar a vulgaridade, este tem peso e medida certos. É um livro para se ler numa tarde quente de verão, um bom momento!

Obrigada @Topseller. 

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15/08/2021

Leituras 2021: Como água para chocolate, de Laura Esquivel

Tita, é a protagonista desta história, uma filha presa à sua mãe Elena, que rege a sua casa com mão de ferro e trata as filhas como se objectos fossem. O cenário do livro é uma quinta no México, e a história essa é dividida em meses e com cada um uma receita e parte da história. Os pratos refletem os sentimentos de Tita, que eleva a preparação das refeições a um ritual e a cozinha a um lugar sagrado, de resolução de todos os problemas.

Para a mãe Elena, Tita é aquela filha que deve ficar para cuidar ela na sua velhice, mas quer o destino que Tita se apaixone irremediavelmente por Pedro, mas a sua mãe cedo decide que haverá um casamento sim, mas o de sua irmã Rosaura e Pedro! O peso de uma tradição familiar que se impõe entre um casal que vive um amor fulgurante é que não consegue estar longe um do outro. Mas um casal com um protagonista fraco e de sentimentos dúbios, o único que lhe vejo é o desejo carnal por Tita, mas não deixa de se envolver com Rosaura, a irmã dela! Ele diz que é para estar perto de Tita, mas se a amasse teria fugido com ela! E assim vive este trio governado com mão régia pela mãe Elena. Os anos passam e Tita vive infeliz, Rosaur é infeliz, Pedro é infeliz, mas vive com as duas mulheres. Ambas amarguradas e de mal um com a outra pois partilham o mesmo homem… um filho… 

Os anos passam, vive-se um contexto de guerra civil, o clima político vai-se alterando, a quinta é ameaçada, Tita é acolhida por John e pensa viver um amor mais calmo, menos água para chocolate, mas o seu coração fervilha por Pedro. Foi sempre ele que preencheu o seu coração…

A escrita é deliciosa, a maneira como a autora descreve os dramas, as cenas mais fortes, os momentos mais cómicos e os mais delicados é fantástica. Há uma ponderação nas palavras, um equilíbrio que nos cativa, mas algo que nos prende à história de uma forma especial. Não é um livro para todos p, é um cruzamento de Isabel Allende, coma magia que se infunde não história e de Nicky Pellegrino com as suas histórias que envolvem sempre comida, amor e paixão.

Aconselho vivamente a sua leitura, para quem aprecia o género. E quem quiser saber mais sobre a história de Tita podem ler os volumes seguintes da trilogia: O Diário de Tita e O Meu Negro Passado.

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07/08/2021

Leituras 2021: A livraria dos finais felizes, Jenny Colgan

A escritora Jenny Colgan escreve livros para românticas incontestáveis. Eu sou uma. Mas este livro é o livro para a romântica incontestável e a livrólica que há em mim. É um dois em um! Mas um dois em um fantástico! É certamente um livro leve e que vai bem com uma tarde de verão ou de inverno no sofá com uma manta! Mas é um livro que nos fala ao nosso coração de leitores!

Eu fiquei logo enamorada por ele assim que li a sinopse, que deixo abaixo. Quando li que a paixão da protagonista é encontrar o livro perfeito para cada pessoa fiquei rendida. Quantas vezes já dei por mim a tentar encontrar este ou aquele livro e depois recomendá-lo a determinada pessoa… mas há muitas de nós por aí assim e é por isso que as listas de livros a ler aumentam ao invés de diminuírem!


Sinopse:

Nina Redmond é literalmente uma casamenteira. Encontrar o livro perfeito para cada leitor é a sua paixão... e também o seu trabalho. Ou pelo menos era, até a biblioteca pública onde trabalhava fechar as portas. Determinada a encontrar um novo rumo, Nina muda-se para uma pacata vila na Escócia, onde compra uma carrinha e a transforma numa livraria itinerante, viajando pelas Terras Altas e transformando as vidas daqueles com quem se cruza com o poder da literatura. É então que descobre um mundo de aventura, magia e romance num lugar que aos poucos se vai tornando no seu lar… um lugar onde ela poderá escrever o seu final feliz para sempre.

Além de ser um livro que fala de livros, não deixa de ser um livro que fala de coragem e saltos de fé! Quem nunca sonhou deixar tudo e partir à aventura? Nina, é sem dúvida, uma protagonista forte, resoluta e que acima de tudo ouve os seus sonhos e luta por eles. Mas claro, o livro aborda também a sua história de amor, como encontrou a amizade num sítio improvável e como enfrentou todas as dificuldades!

Esta é indubitavelmente uma boa história, que nos faz acreditar no poder reparador e unificador dos livros. Claro que não deixa de ter os seus momentos caricatos, comportamentos inusitados e claro que derivam depois num final feliz para a protagonista depois de algumas peripécias! 

Uma leitura que recomendo!


Excertos favoritos: 

“Porque a vida é assim, não é? Se pensássemos em todas as pequenas coisas que nos desviam do nosso caminho de uma forma ou de outra, umas boas, outras más, nunca faríamos nada.

E há pessoas que não fazem. Há pessoas que passam pela vida sem realmente decidirem fazer muito, sem querer fazê-lo, sempre demasiado receosas das consequências de tentarem algo novo.”, página 40

“Olhou para longe e tentou pensar, com honestidade e seriedade, sobre a sua vida: ali, onde havia mais claridade, e podia respirar, e não estava estava rodeada de um milhão de pessoas cheias de pressa, a correr ou a agarrar algo ou a gritar ou a conseguir coisas nas suas vidas que publicavam no Facebook ou no Instagram, fazendo-a sentir-se deslocada. E sabia que algumas pessoas afogavam os seus medos em comida, outras em álcool, e outras nos planos complicados de noivados, casamentos e outros acontecimentos da vida que lhes consumiam todo o tempo livre, para o caso de lhes ocorrerem pensamentos desagradáveis. Mas Nina, sempre que a realidade, ou o lado mais triste da realidade, ameaçava dominá-la, virava-se para um livro. Os livros eram o seu consolo quando estava triste; os seus amigos quando se sentia sozinha.”

“Fora o que Surinder lhe dissera quando Nina lhe perguntara a sua opinião sincera sobre a ideia da furgoneta. «Faz alguma coisa. Podes cometer um erro e depois podes emendá-lo. Mas, se não fizeres nada, não podes emendar nada. E a tua vida poderá encher-se de arrependimentos.”

“Lá dentro estava um pequeno livro de poesia, em russo e inglês, de um escritor de quem Nina nunca ouvira falar, chamado Fyodor Tyutchev.”

“Fica em silêncio, esconde-te e deixa 

os teus pensamentos e desejos erguerem-se e instalarem-se

nos recantos do teu coração.

Deixa os sonhos moverem-se sem ruído como as estrelas,

mais maravilhados do que te apercebes.

Deixa-os preencherem-te — e fica imóvel.”

“Há um universo dentro de cada ser humano tão vasto como o universo fora dele. Os livros eram a melhor forma que Nina conhecia — além, por vezes, da música — de quebrar essa barreira; de ligar o universo interior ao exterior, sendo as palavras meras portas de comunicação entre os dois mundos.”


Leituras 2021: Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa, Judith Kerr


 SINOPSE:

Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa é uma das obras mais lidas por jovens de todo o mundo. Considerada um clássico da literatura juvenil, e inspirada na vida da própria autora, fala-nos da Segunda Guerra Mundial numa nova perspetiva e até com algum humor. Vive-se o ano de 1933. Anna tem apenas nove anos e anda demasiado ocupada com a escola e com os amigos para reparar nos cartazes políticos espalhados pela cidade de Berlim com a suástica nazi e a fotografia de Adolf Hitler, o homem que muito em breve mudaria a face da Europa. Ser judeu, pensa ela, é apenas algo que somos porque os nossos pais e avós são judeus. Mas um dia o pai dela desaparece inexplicavelmente. E, pouco tempo depois, ela e o irmão, Max, são levados pela mãe com todo o sigilo para fora da Alemanha, deixando para trás a sua casa, os amigos e os amados brinquedos. Reunida na Suíça, a família de Anna embarca numa aventura que vai durar anos.

AUTORA:

Judith Kerr nasceu em Berlim, em 1923. O seu pai, um famoso escritor alemão e feroz crítico do regime nazi, temia sofrer represálias caso Hitler subisse ao poder. Por isso, fugiram da Alemanha quando Judith tinha apenas nove anos. Judith, os pais e o irmão atravessaram a Suíça e a França e, em 1936, chegaram a Inglaterra. Foi aí que a autora escreveu esta história semi-autobiográfica, Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa, publicada pela primeira vez em 1971, e considerada um clássico da literatura infanto-juvenil.

Em 1945, Judith ganhou uma bolsa para a Central SchoolofArts, e, desde então, tem trabalhado como artista, guionista de televisão e, ao longo dos últimos trinta anos, como autora e ilustradora de livros infanto-juvenis.

OPINIÃO: Este não é um livro cor de rosa, não é um livro pretensioso e certamente deixa muito espaço para a reflexão. E começamos logo no prefácio, a autora pede que imaginemos o que faríamos se perdêssemos tudo o que temos, a família, os amigos, a nossa casa e se ficasse,os sozinhos no mundo. Logo aqui abandonamos a leitura e temos um momento de introspecção. O que faríamos? O que faria eu? Não consigo imaginar, posso dizer que seria uma heroína forte, que enfrentaria tudo com coragem e nunca perdendo a força de viver. Mas se há algo que está pandemia me ensinou é que nem sempre reagimos como idealizamos face a uma situação que não nos é desconhecida. Claro que não são temas semelhantes mas no que pensei no imediato foi na solidão e no isolamento.

Este livro deu-nos uma perspectiva diferente da Segunda Guerra Mundial e da história dos judeus. Neste livro acompanhamos as vivências de uma família judia que consegue sair da Alemanha, após serem perseguidos por serem judeus e o pai escritor um claro opositor ao regime nazi.

A história é-nos relatada por Anna, uma menina de nove anos, que sente medo, tem dúvidas e não consegue alcançar o porquê de alguém querer fazer mal aos seus e a outros judeus. E não percebe acima de tudo porque é que de repente tem de deixar a sua casa, os lugares, pessoas conhecidas, os seus pertences, em especial o coelho cor de rosa, que Anna diz ter sido roubado por Hitler. O coelho cor de rosa é uma analogia, tão bem feita, à usurpação dos bens dos judeus feita pelos nazis em nome de uma ideologia nada justa e benemérita, as atrocidades que iam sendo cometidas são-nos relatadas nome Anna que na inocência do seu olhar nos vai dando a conhecer a sua história.

Anna não percebe porque fugiram para a Suíça, porque mais tarde mudaram para Paris e depois se instalaram em Londres. O porquê de ter queaprender coisas novas, o ter que se adaptar a um novo idioma, conviver com pessoas diferentes e sentir a rejeição e o isolamento. Teve que lidar também com as privações, de comida, roupa, brinquedos e na sua visão inocente das coisas vemos com uma nova perspectiva como evoluíram e escalaram os acontecimentos durante a II Guerra Mundial e as consequências que teve para muitas famílias consideradas indesejadas e que não correspondiam ao ideal do partido nazi.

Este é um livro que nos fala, ou pelo menos a mim falou-me, do que significa: a perda do conhecido, o desenraizamento, da importância da família e amigos e o de quão forte uma criança pode ser face à adversidade. Mas fala também do sentimento de perda, que após perder a sua casa, Anna nunca se sente em casa, e sente tão somente como se não pertencesse e que para onde quer que vá é uma refugiada. No entanto Anna apercebe-se de que a sua maior fortuna é conservar a sua família quando muitos perderam a sua.

É tão somente um relato fantástico, dando uma luz diferente aos acontecimentos horrendos cometidos em nome da pureza de uma raça em nome de uma crença, onde surge um ódio por pessoas inocentes e que nada fizeram por merecer tais atrocidades. Escrito numa linguagem simples, que nos embala ao ritmo desta fantástica história, é um livro que li e que recomendo!