27/12/2020

Leituras 2020: Um conto de Natal

 Um conto bonito sobre solidão, sofrimento e generosidade como forma de reencontrar a felicidade. Uma menina rica, que tinha tudo o que o dinheiro podia comprar, não tinha mãe, amigos e sofria pela ausência de seu pai. 

O morgado, que se isolou da família e do seu morgadio, irá receber uma lição da sua filha e aprender a valorizar a família e o quão importante é repartir para que todos sejam felizes. 

A pequena menina corajosa e audaz encontra maneira de fazer chegar um pouco de conforto a todos na aldeia e no final todos foram mais felizes!




23/12/2020

Leituras 2020: Os Outros, C. J. Tudor

 

Primeiro livro lido desta autora. Opinião? Electrizante! Porquê? Porque nos deixa o cérebro ligado tentando perceber como a história se interliga e a tentar dar um sentido a todas as pistas.

A história centra-se em Gabe, em torno da sua família e de um acontecimento horrível três anos antes. Presente e passado interligam-se e Gabe irá finalmente descortinar o mistério que envolve o desaparecimento da sua família.

A mulher de Gabe foi brutalmente assassinada assim como presumivelmente a sua filha. Mas uma foto mostrada pelo seu sogro 3 anos depois vem alterar o rumo da sua história e mais do que nunca Gabe vai lutar para descobrir a verdade. As peças, as histórias, começam pouco a pouco a interligarem-se e percebemos que Gabe está a ser assombrado por um passado distante, mas que o castiga diariamente.

O seu castigo aparece ligado a um grupo chamado Os Outros e que funcionando como uma rede anónima de favores, vai determinar/marcar o futuro de Gabe. A trama é intrincada, com momentos de fácil leitura, com outros de puro terror e um a roçar algum episódio dos Ficheiros Secretos... mas que nos prende, que nos enreda até ao final.

Recomendo e dou 5 estrelas com este meu livro de estreia. Certamente irei ler os outros da autora!


09/12/2020

Leituras 2020: Ao calor do fogo (#5 Lakeshore Chronicles), Susan Wiggs

 Ao calor do fogo (#5 Lakeshore Chronicles), Susan Wiggs

Este é um romance fofinho, ligeiro e que se lê numa tarde. Voltamos ao cenário idílico da vila de Avalon e do campo de férias Kioga. Temos um vislumbre da vida das personagens de romances anteriores, Rourke e Jenny que têm um bebé. Acompanhamos a história de Daisy que secretamente está apaixonada pelo seu melhor amigo e não pelo pai do seu filho. Mas está é história para um próximo livro.

Bo Crutcher, um jogador de basebol com muito potencial, recebe a surpresa da sua vida ao ter que acolher o seu filho de 12 anos que até então viveu com a mãe. Bo vai buscar o seu filho ao aeroporto e conhece Kim, uma relações públicas especializada em jogadores de basebol.

O romance de Bo com Kim parece inevitável, atraído por Kim, mas com a problemática de ter que se tornar um pai para A.J.. Kim vai ajudar Bo a ser bem sucedido na carreira, a ser bem sucedido como pai. Já Kim está a recuperar a sua auto-estima depois de ter sido maltratada pelo seu ex-namorado famoso e que lhe custou o seu trabalho.

Ambos vão descobrir como levar o relacionamento de ambos a bom porto e introduzem alterações significativas na sua maneira de estar e no final tudo fica bem.

27/11/2020

Leituras 2020: Um dó li tá

 Este foi um livro que li por sugestão e que sugestão! É uma leitura extraordinária e difícil de largar, foi lido em duas tardes e sem interrupções! Para mim foi um excelente início de leituras deste autor tão conceituado.

O início dá o ritmo a toda a história, um duo que tem que optar, ou morrem ambos à fome ou sucumbem ao pedido pelo assassino e têm que escolher ou lutar para ver qual deles sobrevive. Se fossem desconhecidos mas e aqui é que se torna difícil, todas as vítimas têm laços entre elas, têm filhos, vidas familiares ou grandes planos para as suas vidas mas depois da escolha tomada, nenhum dos sobreviventes está são o suficiente ou fica “inteiro” como pessoa.

É arrepiante, nada o estilo que estou habituada, mas a curiosidade levou a melhor sobre mim, pois estes crimes são investigados por Helen Grace, uma detective fantástica, dotada de uma argúcia fenomenal que a leva a ser bem sucedida a deslindar a maioria dos seus casos. É este raciocínio sagaz que vai permitir a Helen identificar quem está a deixar passar informação para fora do departamento, mas à custa de comprometer o seu relacionamento com Mark um detetive promissor a passar um mau bocado.

O que Helen não contava era : no seu interesse por um colega de trabalho e numa potencial relação e  em começar a ver um padrão nas duplas escolhidas pelo assassino. E acima de tudo Helen, terá que tirar a capa de perfeição e frieza que a cobre, desnudar o seu passado pois só assim poderá apanhar o assassino que persegue.

Macabro, arrepiante, desconcertante, de capítulos curtos e de descrições frias e detalhadas, de emoções fortes e acima de tudo uma curiosidade enorme de chegar e descobrir quem é o assassino. Mas ao mesmo tempo o autor inclui pedaços de uma história, de duas irmãs, e ainda levei um tempo para perceber se aquela história era sobre Helen ou sobre o assassino e no fim... não vou contar não é?? No entanto percebemos o porquê de Helen ser tão pouco dada a qualquer tipo de relacionamento, ao estabelecer contacto ou amizades no trabalho e porque acha que tem que se castigar quase diariamente por conta do seu passado.

É um livro de emoções fortes para os que não são de coração fraco! Um autor que me conquistou e que certamente terá um espaço na minha estante!



21/11/2020

Leituras 2020: Pessoas Normais

 

Ora que dizer sobre este livro, foi amor, ódio, não largar, detestar um dos protagonistas, depois o outro... enfim é um livro que nos faz ter muitos sentimentos contraditórios sobre o mesmo.

Passado na irlanda, retrata a vida de dois adolescentes, Connor e Marianne de proveniências e famílias muito diferentes. Connor, o menino popular do liceu, mas filho de uma mãe pobre  e solteira e Marianne, filha de uma família rica, mas com uma família disfuncional e fria, que nada mais fazem que a fazer-se sentir inadaptada.

No entanto, a vida de Connor e Marianne cruza-se e a partir daqui vivenciamos o crescimento de ambos, a entrada no mundo adultos, as experiências com pessoas diferentes, a vida na Universidade.

Porque me irritou este livro? Não sei ainda. Dou por mim a pensar muitas vezes em Marianne. Porque no final Marianne a inadaptada, deu-se bem na Universidade, Connor o menino popular duvida de si, e novamente é ele que ao entrar novamente na vida de Marianne a vai mudar e magoar, mas, não sei se ele tem algum estigma por manter um relacionamento com ela, negando quando adolescente em assumir o relacionamento com ela e mesmo depois de adulto ter dificuldades em fazê-lo. E isto chateia, porque ele acaba por determinar muito da vida dela e a maneira como ela vive. É um livro denso pelas descrições dos estados de alma tanto de Connor como de Marianne. Como vêem o mundo, a vida e a si próprios. Como mudam desde o secundário, como afectam os outros e como percepcionam e influenciam o mundo.

 Marianne ficou muito presa ao seu eu anteror creio, a tristeza, a descrença em si e a insegurança. No entanto Connor, passando pelos revezes da depressão consegue sair por cima, mais uma vez abandonando Marianne. é um retrato de uma realidade complexa que tive dificuldade em aceitar, como menina que fui, como mulher que sou, os nossos relacionamentos definem-nos mas de todo deveriam quebrar-nos ou diminuir-nos e acho que foi isso que aconteceu a Marianne.

 Um livro que me tocou, que me chateou, mas que no final fiquei com pena de deixar pois achei que só tive um vislumbre da vida de ambos e queria saber mais! 

E a pilha literária continua a descer só faltam os outros 300...


14/11/2020

Leituras 2020: A casa das meninas indesejadas



 Título: A Casa das Meninas Indesejadas 
Autor: Joanna Goodman 
Editor: Edições Asa 
N.º de Páginas: 384 
Sinopse: Aos 16 anos, Maggie Hughes faz algo imperdoável aos olhos da família: apaixona-se e engravida. O nome do rapaz é Gabriel e a relação de ambos é proibida. A bebé vai chamar-se Elodie e não conhecerá o amor dos pais. Em vez disso, é enviada para um orfanato miserável, onde cresce sem saber o que é ter um lar e uma família. E quando uma lei atribui mais dinheiro aos hospitais psiquiátricos do que aos orfanatos, a situação de Elodie piora dramaticamente. Juntamente com milhares de outros órfãos, é declarada atrasada mental. O orfanato transforma-se num hospital onde as crianças são submetidas a tratamentos para doenças que não têm, as janelas estão cobertas por grades e as aulas são substituídas por trabalho pesado. Maggie, entretanto, faz os possíveis por ter uma vida normal. Mas não consegue esquecer a bebé que foi forçada a abandonar. Após um encontro inesperado com Gabriel, que faz ressurgir memórias avassaladoras do passado, ela decide enfrentar a sua perda. E começa então uma busca desenfreada pela sua menina e pela vida que lhes foi negada… Joanna Goodman baseou-se em factos reais e na história da sua família para escrever A Casa das Meninas Indesejadas. Um romance que relata um momento negro da História e que é universal na abordagem aos laços indestrutíveis que unem mães e filhas.

 Este é um livro de temas fortes, de rejeição, de problemas culturais, de violação, dos segredos de família, da moralidade acima de tudo. Das mudanças profundas na política do Canadá, dos atentados e da rivalidade entre os descendentes ingleses e franceses.

Maggie com 16 anos mantém uma história de amor com um rapaz pobre, sem futuro, católico e de origem francesa, inadequado aos olhos do pai que almeja grandes coisas para ela. Apaixonada vê-se no entanto enviada para a quinta dos seus tios e mesmo assim o amor resiste... até que Maggie é atacada pelo tio e engravida. Sem saber o que fazer confia na família que a obriga a dar o bebé para adoção, uma pequena menina chamada Elodie.

Maggie não desiste de procurar a sua filha, casa, tenta ter filhos com o marido, mas será com Gabriel que terá novamente a possibilidade de ser feliz mas sempre com a sua filha no pensamento.

Já Elodie vive uma vida de horrores, num orfanato convertido em hospital psiquiátrico, tratada como incapaz, sujeita a maus tratos, quase violada por um enfermeiro. A sua vida é pejada de histórias de horrores abafada com um comprimido de dormir à noite para não incomodar as freiras.

 A autora criou um livro com uma escrita simples, mas com momentos de nós tirar o fôlego e decanos levar às lágrimas, tanta crueldade com tratamentos médicos desnecessários, experiências científicas com mais resultados. Tanta  maldade, tanto ódio, como podiam os representantes de Deus agirem assim? A história ainda fica mais cruel quando se percebe que as crianças eram também vendidas após serem retiradas às jovens mães. E as que ficaram tiveram a triste sorte de se tornarem incapazes ou quase escravizadas... 

Elodie sobreviveu para contar a sua história, a sua vida numa instituição mental que anteriormente tinha sido um orfanato, convertida pois era mais rentável financeiramente. Um retrato muito negro das instituições católicas e dos seus representantes. Uma comovente história de encontros, desencontros e de um final feliz, cheio de mágoa, de alegria e de perdão. Recomendo a leitura deste livro pois é uma história de superação e resiliência. 



08/11/2020

Leituras 2020: Fala-me de um dia perfeito

 Autora: Jennifer Niven

Ano de Publicação: 2015

Editora: Nuvem de Tinta

Páginas: 360


Comecei a leitura deste livro num desafio conjunto e ainda a decorrer, mas eu terminei-o numa semana. Confesso que me custou entrar nesta leitura, porque tinha uma ideia pré-concebida de que o livro era um estereótipo, dois adolescentes mal compreendidos, sofredores, que enfrentam a vida juntos e no final são bem sucedidos. Enganei-me não foi? Não é um livro lamechas que fala de emoções fúteis, é um livro muito sério que aborda questões como depressão, bipolaridade e suicídio. 

O livro apresenta duas perspectivas, sendo dividido em capítulos alternados para Finch e para Violet. E desde que se conhecem a vida de ambos não mais será a mesma. Finch e Violet vão apaixonar-se, e como nas viagens que têm que empreender para um trabalho da escola em que têm que conhecer os lugares do estado onde vivem, vão-se conhecendo, cada vez melhor. No entanto, Violet começa a recuperar da perda da sua irmã, a ver uma luz no meio da escuridão em que se perdeu, já que parte da sua identidade morreu com ela. Já Finch? Ele perde-se cada vez mais... Penso que ele não esperava encontrar Violet e que está viesse de alguma forma fazê-lo sentir-se assim. Mas ele vive num mundo só seu, traumatizado pelos mais tratos do pai, pela ignorância da mãe, que de tão cansada vive completamente alheada ao problema do filho, arrasado pelos seus colegas fúteis e que o fazem sentir-se como o “anormal” que o chamam. 

Eu pensava que, e aí está a minha visão cor de rosa das histórias, Violet iria ser capaz de tirar Finch do buraco negro em que ele se encontrava, que de certa forma ela iria ser a sua âncora, mas não!!! E é aqui que eu fiquei agarrada à história e a não querer acreditar no rumo que a mesma levou. Fiquei chocada com a falta de preocupação dos pais dele, em como aceitaram a sua ausência e se resignaram. Enquanto Violet se recuperava da sua depressão, muito pela ajuda de Finch, ele pelo contrário, caiu numa espiral decrescente, que o levou a afundar-se na sua doença até ao derradeiro final. Posso dizer que os meus sentimento foram: choque, descrédito e revolta. 

E penso que esse era o objectivo da autora: o fazer-nos sentir o que aqueles que ficam sentem. Mas, e foi por isso que digo que não apreciei a história, deu-nos uma visão muito pessimista das pessoas, que se limitam a assistir à vida de outros sem estender uma mão para ajudar. 


Recomendo a leitura mas preparem-se pois não é fácil...

04/11/2020

Leituras 2020: Uma Receita de Família

 

Já tinha lido o livro anterior da autora e tinha adorado, este gostei mas custou-me a entrar na história. Isto porque ela é contada a várias vozes e em duas épocas diferentes. Mas não me arrependi nada da leitura e confesso que fiquei com pena de no final não saber mais, porque a história parece inacabada... será que a autora nos irá brindar com mais histórias do número 11?

A premissa do livro parecia ser a de uma família perfeita, e eu já estava a imaginar ao fim de algumas páginas qual o cataclismo que iria acontecer, quem iria morrer ou ficar doente, mas não foi nada disso! O livro fala sobre as relações familiares, mas acima de tudo em como essas relações são beneficiadas com o contributo das mulheres fortes daquela família!

As duas histórias paralelas retratam-nos Kanga, avó de Laura, e a própria Laura. Ambas mulheres fortes da sua época e dedicadas à família como ninguém. Mas o que acontece quando essa família é afectada por acontecimentos inesperados? Vemos descritos dois momentos distintos, Kanga que é afectada pela pior das guerras e se vê sozinha no mundo sem os pais e, Laura por uma traição e pela saída de casa das suas filhas, ficando com um ninho vazio. O que ambas fizeram? Lutaram! Há pois sim! Ao invés de se entregar ao sofrimento de vazio e perda, Laura ruma a uma mudança: na sua casa, no seu contributo para a sociedade e acima de tudo ela própria. Laura investe-se de recursos que resultam numa mulher conciente de si própria, capaz de traçar o seu caminho e imaginem que se vê a gerir um negócio de airbnb, um negócio próprio tendo por base as receitas da sua família e no final até o do seu marido para salvar a sua adorada casa, o número 11!

Gostei da maneira como  história foi apresentada, não perdemos o fio à meada mas o final esse foi precipitado e eu não gosto de finais assim, ficou muito por dizer e acima de tudo tivemos somente um vislumbre do futuro. Espero ter mais notícias do número 11, pois gostei muito desta família!



03/11/2020

Livros 2020: A carícia do guerreiro

O tipo de livro para um par de horas! Gostei muito da história. Deparei-me por acaso com o livro e li a sinopse e foram um par de horas até o terminar.

É um livro cheio de aventuras e desventuras, de crenças antigas e de um amor escondido. 

Aileen, curandeira da vila vê-se banida pelo chefe do clã após ter deixado morrer os seus filhos recém nascidos (eram prematuros ela não poderia ter feito muito naquela altura). Não sabendo ainda o que o destino lhe reservava, à sua porta é deixado Connor, o seu grande amor da adolescência. Gravemente ferido cabe-lhe a ela zelar para que ele recupere e realize os seus planos de vingança.

A escrita é simples e sem grandes floreados, descritivo quanto baste é o livro perfeito para um bom momento!

Sinopse aqui: https://harpercollinsportugal.com/harlequin/assinatura-de/harlequin-internacional/a-caricia-do-guerreiro-detail


31/10/2020

Livros 2020: Sarilhos com duques

 Que dizer deste livro? Foi muito bom! Apresenta-nos um herói escocês fora dos padrões da sociedade de época e uma heroína que não se deixa levar pelas convenções, e por isso se meteu em sarilhos.

Hamish recebeu o título inesperado de duque e com o título vêm as responsabilidades, a primeira a de estar em sociedade perante os seus pares, apresentar as suas irmãs, mas ele só queria regressar à Escócia.

Numa das muitas incursões das suas irmãs a uma loja conhece a mulher que desperta o seu lado protector, o seu interesse e algo mais que isso, a sua Meggie...

Ambos enfrentarão um vilão que quer forçar Meghan ao casamento, terão aventuras de corredores, quartos e varandas e no fim? Oh a família Windham vai ficar maior certamente!

Um excelente livro para este Outubro de época! Pena que me parece que está livro não é o primeiro da série, porque já existe muita história da família...




28/10/2020

Livros 2020: Os livros que devoraram o meu pai

Esta foi a minha primeira leitura deste escritor português e foi um belo começo! Ainda que seja um pequeno livro de 120 páginas tem uma mensagem tão bonita que fiquei comovida no final. Todos os bons amantes de livros irão apreciar esta bonita narrativa e identificar-se de alguma maneira com Vivaldo e Elias Bonfim.


Título: Os Livros que devoraram o meu pai

Autor: Afonso Cruz

Ano da primeira publicação: 2008

Editora: Caminho

Sinopse: Vivaldo Bonfim é um escriturário entediado que leva romances e novelas para a repartição de finanças onde está empregado. Um dia, enquanto finge trabalhar, perde-se na leitura e desaparece deste mundo. Esta é a sua verdadeira história — contada na primeira pessoa pelo filho, Elias Bonfim, que irá à procura do seu pai, percorrendo clássicos da literatura cheios de assassinos, paixões devastadoras, feras e outros perigos feitos de letras.

 

Sabemos que o livro nos fala da busca de Elias pelo seu pai Vivaldo que, fica ele a saber, se perdeu nos livros da sua biblioteca. Vivaldo preso a um trabalho monótono, dava por si a mergulhar nas suas histórias, até que um dia por lá ficou.

 

O livro, alternando entre o quotidiano de Elias e a sua viagem pelos livros da biblioteca do pai, é uma narrativa maravilhosa e com uma mensagem final triste e surpreendente. É um livro sobre livros, que nos fala da viagem de um leitor dentro do livro, o modo como cada se liga à história, aos personagens , em como a história envolve e toca de modo diferente cada um de nós e em como nos podemos perder dentro da mesma (já aconteceu certamente).

 

"Porque nós somos feitos de histórias, não é de a-dê-énes e códigos genéticos, nem de carne e músculos e pele e cérebros. É de histórias."

 

Elias à semelhança do seu pai vai perder-se em várias narativas, A ilha do dr. Moreua, uma outra de que gostei muito Dr. Jeckly e Mr. Hyde, Crime e Castigo (este não li é um clássico eu sei é imperdoável). Elias acaba por debater vários temas, com as personagens dos livros, nomeadamente, a questão da maldade e da verdade/mentira. Isto indicativo da situação real que o apoquentava (e que ele não concebia): o amor de Beatriz pelo seu amigo, algo rechonchudo Bombo.Elias tinha debatido com as personagens desses livros, a questão da maldade e de dizer a verdade ou não, antes de agir, mas Elias optou por ser cruel com o seu amigo, para ver se ganhava a atenção de Beatriz e isto conduziu a um final inesperado e não muito positivo para Elias (não vou contar mais para não estragar a vossa leitura). O seu fundamento para a crueldade o amor da rapariga, no entanto com um preço grande a pagar a perda da amizade de Bombo e Beatriz.

 

O autor leva-nos a questionar-nos sobre as nossas motivações, convida-nos à leitura de mais livros como forma de descoberta, de nós próprios e de novas realidades:

 

"Os livros encostados uns aos outros, numa prateleira, são universos paralelos.”

 

Que dizer mais? Fica uma palavra: Adorei! Simples, fácil e poderoso! O livro é um objecto inanimado com o poder de nos fazer reagir de uma maneira surpreendente. Enriquece-nos, faz-nos sentir e acima de tudo viver!

 

                                                     

Leituras 2020: Uma viagem pelo tempo

 

Terminada a trilogia de Todas as Almas fiquei triste com o facto de não saber mais sobre a família de Clermont e creio que a autora tem material para muitos mais livros. Tantas personagens que ficaram por conhecer melhor: Philippe e Ysabeau, Freyja, Baldwin, Miriam, Gallowglass, Marthe, Alain, Sarah Bishop... e espero que os possa conhecer melhor a todos e acompanhar as suas aventuras porque digamos que já andamos na caça às bruxas em Londres, em Praga conhecendo a corte da altura, em Veneza... e este novo volume faz-nos atravessar acontecimentos fenomenais, as guerras continentais, a revolução francesa.

Neste novo volume ficamos a conhecer a história de Marcus, desde a sua infância até ao seu renascimento como vampiro e a sua vida a partir daí. E a história de Marcus acompanha desde 1762 quando nos começa a ser contada a história de Marcus até aos dias de hoje. A história dele alterna entre o passado e o seu presente com Phoebe que entretanto se torna uma vampira.

Fiquei um pouco desapontada com o livro porque, estava sempre na expectativa de algum acontecimento inesperado e mais acção. Quem acompanhou o último livro nota a clara falta de acção em comparação. Mas isto não é algo mau, é apenas uma narrativa mais suave e focada em Marcus.

O que gostei aqui foram as referências a acontecimentos históricos e como a autora conseguiu dar a volta à história, para incluir os vampiros como intervenientes activos. E foi interessante de ver também que até as criaturas imortais e podersoas comos os de Clermont têm pessoas que admiram, como o caso de Marcus que admirava Thomas Paine e chegou a conhecê-lo e a tornar-se um dos seus amigos.

De regresso ao presente acompanhamos um pouco a história de Marcus e Phoebe e o seu novo relacionamente enquanto casal perante a comunidade vampírica. Fico a aguardar mais livros desta autora e certamente sobre a família de Clermont.

 


25/10/2020

Leituras 2020: O casamento

 Que dizer deste livro? Um romance com um herói das Terras Altas, misterioso, sedento de vingança e que  procura a todo custo vingar a memória do seu pai caído em batalha.

Como é que o vai fazer? Raptando a rapariga que foi prometida ao inimigo do seu pai e consequentemente o objecto do seu desejo de vingança. O que ele não sabe é que cá sua vida será irremediavelmente alterada a partir do momento em que lady Brenna entra na sua vida e passa a lady Brenna MacAlister.

Como todos os romances da autora este foi um daqueles difíceis de deixar de lado e por isso li-o num princípio de tarde e foi noite dentro até o acabar! A escrita da autora é também o que torna a história tão cativante é difícil de pôr de lado.

Para as apreciadoras de romances de época este é sem dúvida um dos vencedores para ler neste #outubrodeepoca.




Sinopse aqui: https://www.wook.pt/livro/o-casamento-julie-garwood/24302831

24/10/2020

Leituras 2020: Em busca do livro da Vida

Confesso que está trilogia foi a surpresa do género fantástico do meu ano, isto porque há algum tempo que não lia este género e até me tinha esquecido o quanto o apreciava! E este volume foi fascinante. A escrita simples e fluída, a história que finalmente se revela e nos faz compreender todas as intricadas ligações que finalmente se unem, quais nós de tecedeiras :).

Diana sem sombra de dúvida neste volume floresce, abraça a sua magia sem medo e torna-se a meu ver, a melhor personagem do livro, fascinante por aquilo que se torna (adoraria ver como a retratariam num filme ou série) e por finalmente aceitar o que é.

Matthew nos outros dois volumes é o parceiro dominante, que tem sempre a certeza do que está a fazer, aqui muda-se mais para a sombra e é Diana que assume o papel a que sempre esteve destinada. Diana não se deixar ensombrar e fazer pleno uso dos seus poderes quebrando a tradição ao assumir o papel na família de Clermont que lhe pertence, deixa de se esconder entre os seus pares e finalmente ao quebrar o pacto que proíbe o seu relacionamento.

E finalmente após uma grande reviravolta Diana sabe o segredo do Livro da Vida, enfrenta o filho perdido de Matthew, Benjamin, que louco pela fúria de sangue jurou destruir o seu pai e a família de Clermont. E será Diana a finalmente acabar com o terror que Benjamim impunha há séculos e a restabelecer a paz no seio da família.

Gostei particularmente do final, tive pena que Diana não possa ter alterado o rumo da história de Philippe e de Emily. Mas percebo que alteraria por completo o rumo da história após ter lido o final. E fiquei com pena de Gallowglass que sempre amou Diana em segredo e a manteve segura e que não foi capaz de encontrar um final feliz, partindo para rumo incerto. Talvez a autora pretenda explorar a sua história mais tarde.

Sabem qual é o problema agora? Escolher o que ler de seguida pois depois de uma trilogia destas terá que ser algo fenomenal!!



20/10/2020

Leituras 2020: Nas Trevas da Noite

 

Este é o segundo volume da conhecida Trilogia A Noite de Todas as Almas. Enquanto no primeiro volume ficamos a conhecer os dois protagonistas principais, Diana uma à partida famosa historiadora de Oxford (mas uma poderosa bruxa que desconhece os limites da sua magia) e Matther Clairmont, um vampiro poderoso e misterioso que se apresenta como um reputado professor universitário.

 Ambos encontram-se quando Diana encontra um famoso manuscrito mágico, denominado Ashmole 782, e de repente se encontra na mira de todas as criaturas mágicas.

 Neste segundo volume Diana, que vem a descobrir também ser uma viajante do tempo, vai com Matthew até à Londres de 1590, e descobre que não somente a rainha é uma pessoa muito influente, assim como Matthew é um espião ao serviço de sua majestade. Diana fica a conhecer uma nova faceta do agora seu marido, conhece também o seu pai Philippe que abençoa a união de ambos e os vai ajudar na sua senda pela procura do manuscrito perdido.

Diana fica a conhecer também o grupo de amigos do seu marido na época isabelina, um grupo algo desordeiro, de livres pensadores e algo problemáticos, desde Christopher Marlowe, ao matemático Thomas Harriot e a outras criaturas menos recomendáveis da sociedade londrina a par com a caça às bruxas que se instalava. Como podemos ver um ambiente propício para Diana aprender a usar a sua magia e para que ambos continuem a procura pelo manuscrito perdido que explicaria melhor as origens de ambos.

Adorei ler este livro, porque a escrita simples mas detalhada, nos deixa conhecer a época isabelina, que a meu ver, é uma época fantástica, pois temos lado a lado: as superstições e a ciência, o fervilhar de ideias, o desenvolver de novos projectos, investigações científicas, mas ainda arreigadas os medos e as velhas tradições, os grandes escritores que “conhecemos” de maneira diferente sob os olhos de Diana.

 O livro acaba por ter três grande momentos: a estadia em Sept Tours, um momento mais intimista e romanceado, que acaba por nos dar a conhecer o pai de Matthew e de certa forma conceder a ambos alguma paz de espírito. A estadia em Londres, onde Diana conhece o grupo de amigos de Matthew e desenvolve os seus dons de bruxa, e mesmos com os maneirismos da época não se deixa intimidar e limitar a ser a mulher apagada do canto, e a ida até Praga, onde conhecemos o detestável Rudolph, e finalmente o desenvolvimento que esperávamos desde o início do livro.


Uma história que nos prende do início ao fim e que mistura um pouco de tudo magia, superstição, aventura, mistério e um romance algo tórrido... com consequências inesperadas!

 

Este é o 2º volume da trilogia. O 1º volume é A Noite de Todas as Almas

 


 

11/10/2020

Leituras 2020: A noite de todas as almas



 Adorei! Mas ainda não aponto para as 5 estrelas! Porque quero ler os próximos! Este livro combina vários elementos de que gosto, é um livro de fantasia, tem vampiros à mistura, e claro uma história de amor pautada por uma heroína fantástica (e claro o herói martirizado e sofredor...).

Diane é uma bruxa, que não faz uso dos seus dotes porque quer conquistar a sua posição e deixar a marca na sociedade por si só, uma historiadora que trabalha com manuscritos raros e disserta sobre as suas descobertas no mundo académico. É esta paixão pela história, que a coloca frente a um misterioso pergaminho que contém a origem de todos os povos místicos: vampiros, demónios e bruxas.

Diana abre o pergaminho removendo um poderoso feitiço, isso vai atrair os olhos indesejados de várias criaturas do mundo místico. E uma delas é Matthew de Clermont, um poderoso vampiro que começa por se interessar no pergaminho, mas depressa volta a sua atenção para Diana e os seus misteriosos poderes.

Diana vai conhecer um novo mundo, novas criaturas, lugares e vai buscar a pouco e pouco memórias que a levam a perceber o quão perigosa se tornou a sua vida! 

E são estas as linhas principais desta história de amor, aventuras e descobertas!




05/10/2020

Leituras 2020: À Beira do lago encantado

 Espionagem, romance, um lago místico pareciam os ingredientes para um bom romance. No entanto fiquei desapontada pois a autora deu mais importância aos acontecimentos políticos, à quezília Franco-germânica prestes a rebentar que ao romance em si. 

E o romance foi fraco, uma pobre princesa mal casada e maltratado pelo seu vil marido que a usa para espiar os ingleses.

Os romances da Bárbara Cartland são para mim boas recordações, foram os primeiros romances de cordel que li, mas este não me convenceu.


“O cenário desta novela, os acontecimentos políticos, o papel do rei Eduardo de Inglaterra como «Tio da Europa», as dificuldades que teve com o sobrinho, Guilherme II, imperador da Alemanha, e como viajou e conseguiu a entente com a França, fazem parte da história.”

Excerto de À Beira do Lago Encantado, Barbara Cartland



01/10/2020

Leituras 2020: A casa de Verão

 

A casa de verão, jude deveraux

 

Comecei a ler o livro e ainda pensei em deixá-lo de lado, a história começa de uma forma deprimente, 3 mulheres que se junta vinte anos depois e começam a queixar-se de como foram maltratadas pela vida e de como estavam velhas e acabadas. Ora ler um livro destesm no final de Setembro, com o Outono a chegar e nós a passarmos por esta fase que já de si é deprimente, não seria a melhor leitura pois não?

Mas e há aqui aquele MAS... a história sofre uma reviravolta incrível que nos deixa vislumbrar a vida daquelas mulheres se tivessem enveredado por outro caminho.

E depois sim, foi uma história boa, mas boa de se ler, apenas achei um pouco curta e que no fim depois se precipitou, a autora poderia ter-nis dado mais um bocadinho das histórias de Madison, Ellie e Leslie porque ficamos com um vislumbre apenas no final.

Recomendo a leitura desta boa história!

 



 

SINOPSE

Alguma vez quiseste mudar o passado?

Três melhores amigas estão prestes a fazer quarenta anos, todas no mesmo dia. Decidem assinalar o aniversário juntas numa casa de verão no Maine, a conversarem sobre a vida e o amor, os seus desejos e escolhas. Mas nenhuma delas poderia adivinhar o que as espera: a oportunidade de tornar o «como podia ter sido» em realidade.

Leslie, Madison e Ellie conheceram-se dezanove anos antes, no mais improvável dos lugares: na fila do departamento de Viação de Nova Iorque. Desde esse dia memorável em que as três faziam vinte e um anos, tornaram-se um trio de amigas íntimas. Agora que se reúnem para o quadragésimo aniversário, cada uma recebe um estranho cartão de «Madame Zoya», que lhes oferece a oportunidade de uma vida: reviver três meses do passado à escolha de cada uma…

 https://www.wook.pt/livro/a-casa-de-verao-jude-deveraux/21319327

27/09/2020

Leituras 2020: Sol da meia noite



 Foi bom rememorar a história do Crepúsculo, já deu para perceber que a a autora nos vai dar a conhecer a perspectiva integral da história através dos olhos de Edward.

É interessante perceber e conhecer melhor também a história da família, ou clã, de Edward, de como eles chegaram até Forks e de como tentaram mudar o rumo da sua vida enquanto vampiros. E demonstram que nem sempre afinal os “monstros” são todos maus, que mesmo as suas peles sejam frias os corações estão cheios de sentimentos como pertença, lealdade e amor.

Bella neste livro é retratado domo um ser frágil mas altruísta e essa característica é o elemento que leva a que Edward finalmente ceda aos sentimentos que nutre por ela.

Não desiludiu a leitura, mas já não causa surpresa pois sabemos os acontecimentos seguintes.




22/09/2020

Leituras 2020: Ponto Zero

 Cada vez que pego num thriller fico cada vez mais entusiasmada e escrito por autores nórdicos ainda mais! Já tinha lido um livro de Jørn Lier Horst e agora ao ler este novo livro não me arrependi nada! 

Acompanhamos a investigação que começa com um desaparecimento, contada na perspectiva de um detetive da polícia e de uma jornalista.

Mal sabemos nós que a trama entretece a vida dos dois já ligado por acontecimentos do passado que determinaram a vida e a carreira de ambos.

Emma Ramm marcada pelas mortes trágicas na sua família vê-se acompanhada por Alexander Blix que foi o parte determinante nesse acontecimento. 

Ambos fazem parte da história elaborada e algo rocambolesca que o assassino começou a escrever com o desaparecimento de uma famosa jornalista e que vai envolver muito mediatismo e todos os esforços para o deter... 

Gostei muito da trama, mas perdi-me nos momentos finais, tudo se precipitou e de repente a história acaba... certamente teremos continuação e Blix e Ramm voltam como dupla!