1. Divergente, Veronica Roth
Livro: Divergente
Autor: Veronica
Roth
Págs.: 352
Editora: Porto
Editora
Sinopse: Na Chicago distópica de Beatrice
Prior, a sociedade está dividida em cinco fações, cada uma delas destinada a
cultivar uma virtude específica: Cândidos (a sinceridade), Abnegados (o
altruísmo), Intrépidos (a coragem), Cordiais (a amizade) e Eruditos (a inteligência).
Numa cerimónia anual, todos os jovens de 16 anos devem decidir a fação a que
irão pertencer para o resto das suas vidas. Para Beatrice, a escolha é entre
ficar com a sua família... e ser quem realmente é. A sua decisão irá
surpreender todos, inclusive a própria jovem. Durante o competitivo processo de
iniciação que se segue, Beatrice decide mudar o nome para Tris e procura
descobrir quem são os seus verdadeiros amigos, ao mesmo tempo que se enamora
por um rapaz misterioso, que umas vezes a fascina e outras a enfurece. No
entanto, Tris também tem um segredo, que nunca contou a ninguém porque poderia
colocar a sua vida em perigo. Quando descobre um conflito que ameaça devastar a
aparentemente perfeita sociedade em que vive, percebe que o seu segredo pode
ser a chave para salvar aqueles que ama... ou acabar por destruí-la.
~A minha opinião ~
O livro: A capa apresenta
uma chama, símbolo que identifica os Intrépidos, facção na qual a maior parte
da história se vai desenrolar.
Temas: descoberta de si, aventura, amor,
suspense, futuros alternativos, valores, crise; são tantos, que eu poderia
ficar aqui um tempinho a discorrer sobre os tópicos…
Género/público: Jovens Adultos, e curiosos
(como eu)
Personagens favoritas: Quatro, pelo mistério, pela
dualidade de sentimentos e pela personalidade.
Escrita: A escrita é simples, directa e precisa assim
como a narrativa. Em poucas páginas a autora conseguiu inserir-nos na história.
Cria um ambiente que nos é familiar e com personagens que parecemos conhecer desde
sempre. Prende-nos pelos acontecimentos sucedâneos, porque, na história não há
momentos parados, há sempre algo a acontecer, os sentimentos à flor da pele. É
também uma leitura que trabalha o psicológico, desperta o nosso lado de
sobreviventes, que enfatiza os sentimentos negativos, ou o sentimento que é mais
significativo o medo do desconhecido.
História: Nem sei bem como cheguei até este livro.
Quando o comecei a ler achei que ia ser algo muito semelhante aos Jogos da
Fome. Fiquei com um pé atrás antes de começar esta leitura por isso mesmo. Mas
de certa forma fiquei desapontada com a trilogia, gostei muito do primeiro
livro, e não deixava de ver algumas semelhanças entre Katniss e Trish a heroína de Divergente.
Claro que existem
muitas diferenças! Aqui não há um centro rico e poderoso enquanto pobres sofrem
e trabalham para eles. A sociedade descrita em Divergente, é organizada por facções e cabe a cada um decidir a
qual facção quer pertencer. A consequência? A facção é mais importante que o
sangue, acima do conceito de família. Isto foi um dos maiores choques que tive
com a leitura, porque penso que na nossa sociedade os valores são inversos. A
acção vai decorrer na cidade de Chicago, um pouco devastada por uma guerra, mas
pouco sabemos sobre o que verdadeiramente se passou.
A autora leva-nos a
um mundo seccionado, dividido por características, cores, cerimónias
simbólicas, testes e muitos jogos psicológicos. Objectivo? A construção de um
eu mais forte, decidido e identificado por características únicas. A cerimónia
mais simbólica é aquela da Iniciação, - ocorre aos 16 anos - onde cada um é
confrontado com a escolha de uma facção, a família versus os interesses
pessoais. A acção decorre na cidade outrora denominada de Chicago, antes da
Guerra, destruída, sendo a pouco e pouco reabilitada pelos seus habitantes.
São cinco facções: Eruditos,
Intrépidos, Cândidos, Cordiais e os Abnegados
e cada uma delas tem um símbolo que a representa. Beatrice Prior a
nossa heroína, pertence a estes últimos, são pessoas sem vaidade, com a
filosofia de ajudar o próximo, sem desejos de poder e por isso são eles que
governam a cidade. No entanto, o seu teste de aptidão revela que ela é uma
Divergente, alguém considerado muito perigoso pela sociedade onde se insere.
Isto porque ela demonstra aptidão para mais de uma facção, e isto, ainda torna
mais difícil a sua escolha. E logo no início da cerimónia de Iniciação vemos
escolhas que nos parecem bastante cruéis: Beatrice escolhe a facção dos
Intrépidos e o seu irmão escolhe os Eruditos. Resultado? Os pais de ambos vão
ficar sozinhos, podendo visitar os filhos somente duas ou três vezes, depois de
iniciarem uma vida nova na sua nova facção.
Beatrice que passa
a designar-se Trish escolhe a facção mais aventureira, perigosa e desafiante,
os Intrépidos. É uma luta constante para conseguir ficar entre os top 20 e se
tal não acontecer ela passará a ser uma sem-facção. Estas pessoas são aquelas
que por algum motivo, desajustamento, expulsão, vivem fora das facções,
realizam os trabalhos menos agradáveis, são de certa forma os pobres e
explorados daquela sociedade.
Daí que neste
primeiro livro acompanhemos a luta de Tris para conseguir ficar nesta facção,
para se integrar e para nesse mundo novo se apaixonar por Quatro, o seu
instructor, uma personagem enigmática, distante e completamente diferente de
Tris. O que me leva a pensar que de certa forma eles não estavam destinados a
ficar juntos, ou que acabariam por se complementar. Isto porque ela age com o coração,
é honesta, não suporta injustiças e é sobretudo corajosa. E Quatro, ele é a razão,
muitas vezes assertivo mas com pequenos gestos que depois nos confundem assim
como a Tris.
Tris não está
sozinha nesta nova aventura, e faz-se acompanhar por Christina, Eric e Peter
algumas das personagens secundárias que ainda vão dar muito contributo para a
história e também para demonstrar a interacção no seio do grupo de novatos, os
receios, as motivações e até onde vão por desejo de ficarem naquela facção. No
entanto, ela guarda o seu segredo, - o de ser divergente, - de todos os amigos e Quatro, mas este a pouco e pouco
consegue chegar até ela e apercebem-se que têm mais em comum que o que
pensavam.
Trish vê-se
apanhada no meio de uma conspiração, de uma revolução, em que as facções
começam a ser questionadas. Testes são usados para verificar quem foge ao
padrão das facções, e quem é diferente acaba por ser eliminado. Porque? O medo
do desconhecido, daquilo que foge à regra e quem resiste aos soros ou às
simulações é um alvo a abater.
É difícil perceber qual será o rumo da
história e qual será o rumo que o enredo vai tomar, de uma coisa tinha a
certeza desde o início, sendo Trish uma pessoa diferente, ela vai certamente
ser das personagens mais desenvolvidas, fustigadas pela acção e certamente
marcada por todos os acontecimentos, mas digo desde já que fiquei muito
surpreendida com o final do primeiro livro.
Citações favoritas: Acredito
nos actos simples de bravura, na coragem que leva uma pessoa a se levantar em
defesa da outra.
Período de Leitura: Novembro 2014
Nota: 4 estrelas