29/01/2022

A Princesa de Gelo (#1, Fjällbacka), Camilla Läckberg



A Princesa de Gelo (#1, Fjällbacka)

Autora: Camilla Läckberg

Páginas: 413

Edição: 03-2003

Período de Leitura: 14 a 20 Janeiro 2022


Sinopse: De regresso à cidadezinha onde nasceu depois da morte dos pais, a escritora Erica Falk encontra uma comunidade à beira da tragédia. A morte da sua amiga de infância, Alex, é só o princípio do que está para vir.

Com os pulsos cortados e o corpo mergulhado na água congelada da banheira, tudo leva a crer que Alex se suicidou.

Quando começa a escrever uma evocação da carismática Alex, Erica, que não a via desde a infância, vê-se de repente no centro dos acontecimentos. Ao mesmo tempo, Patrik Hedström, que investiga o caso, começa a perceber que as coisas nem sempre são o que parecem. Mas só quando ambos começam a trabalhar juntos é que vem ao de cima a verdade sobre aquela cidadezinha com um passado profundamente perturbador…

Opinião:

Comecei a ler este livro porque vi um projecto de leitura no grupo da Maria João Covas e pensei porque não? Estão ali por ler há um tempinho e em conjunto a leitura até se torna mais divertida. Dito isto, já temos um chat de leitura conjunta e vamos falando sobre laje vamos lendo. Digam o que disserem, os autores nórdicos têm jeito para o crime, para o suspense e para reviravoltas inesperadas! Após esta primeira leitura fiquei fã da autora é irei ler certamente os próximos romances desta saga de Camilla Läckberg.

O livro reuniu todas as premissas que gosto num livro deste género, o mistério, os vários suspeitos, as histórias de vida inesperadas é que nos dão um frio na barriga, leitura compulsiva é um final surpreendente! A escrita da autora é certamente envolvente e a maneira como construiu as personagens também, fiquei logo fã de Erica e Patrick, e as personagens secundárias são também descritas de uma forma exemplar!

Este primeiro livro da série policial “Fjällbacka” inicia-se com um crime grotesco, mas que inicialmente se pensa ser um suicidio. Na pacata vila de pescadores, tal acontecimento desperta a consternação mas também levanta histórias antigas e enterradas há muito. A descoberta de Alexandra por um habitante local morta na banheira da o mote para o início de toda a investigação. Patrick Hedström um inspector da polícia local irá desvendar os contornos deste crime de uma forma magnífica, mas em paralelo Erica Falck, uma proeminente escritora, desenvolve a sua própria investigação encontrando pormenores chave para a resolução do caso. Em paralelo a esta história acompanhamos a história pessoal de Erica e a sua família e também de Patrick.

Erica era amiga de infância de Alexandra, por isso sente-se muito ligada ao caso, mesmo após terem passado anos sem se falarem. Uma das coisas positivas que saírem deste caso é a relação de Patrick, eterno apaixonado por Erica, passar para um novo patamar de relacionamento! Isto vai ajudar Erica a lidar com a morte recente dos pais, o relacionamento da irmã com o marido abusivo e a perda da sua amiga de infância.

Só tenho a dizer que o enredo está muito bem construído, as duas investigações paralelas, de Erica e Patrick, dão-nos perspectivas diferentes de histórias há muito esquecidas, mas que ajudam ambos a perceberem melhor o que aconteceu. A Erica permite-lhe perceber o porquê do afastamento intempestivo da amiga e a Patrick leva-o a descobrir o improvável assassino… confesso que esta leitura me prendeu! 

Algumas meninas disseram que os capítulos eram muito grandes, mas por vezes nem dei pelo passar das páginas, é sem dúvida uma autora que promete e espero que os próximos livros sejam tão bons quanto o primeiro!

Classificação: 4 ****

#desafiolivrólicos2022 #aromas_de_cor #lereessencial  #desafiodeleituramantadehistorias2022
#LerCamillalackberg

Podem ler a sinopse ou adquirir o livro utilizando os meus links de afiliada! 

Wook: https://www.wook.pt/?a_aid=60fe8431a7210

Bertrand: https://www.bertrand.pt/?a_aid=6118def71f535

Saída de Emergência: http://www.saidadeemergencia.com/afiliados?uaft=153186&huaft= 542cb012a81d8175bae861718d126dee

Os grupos livrólicos que sigo no Facebook



Eu sigo grupos de livros, como todo e qualquer livrólico que se preze, mas ao pesquisar para fazer esta publicação, apercebi-me de que sigo muitos grupos de Facebook, e certamente deveria reduzir o número de grupos e focar-me mais na leitura!

 

1. Sinfonia dos Livros:


Este foi o primeiro grupo do qual participei, foi onde descobri os grupos de leitura online. No grupo comecei a trocar opiniões sobre livros, a conhecer as sugestões dadas pela Vera para novas leituras, foi também onde fiz amigas livrólicas  que me acompanham até hoje! A Vera tem dedicado muito do seu tempo ultimamente a k-pop, BTS, dieta cetogénica, para além de todas as leituras.  O grupo é privado, podem claro pedir acesso, mas tem também a página de Facebook e blogue para não perderem pitada!

A Administradora: Vera Neves. 

 

Grupo: https://www.facebook.com/groups/sinfoniadoslivros/

Desafio de Leitura Sinfonia dos Livros: https://www.facebook.com/groups/ogrupodosdesafios/

 

 

2. Clube de Leitura Manta de Histórias: 


Um grupo super dinâmico onde se partilham leituras interessantes e muito díspares, descobrimos autores, livros e certamente fazemos crescer a nossa lista de leituras! Um desafio anual, um desafio de autores portugueses e lista mensais conjuntas! 

Descobri neste grupo uma ferramenta fantástica, o padlet! 

As minhas leituras estão super organizadas por categorias com esta ferramenta, estou super fã!

Administradora : Manta de Histórias (a Isabel)

 

Grupo: https://www.facebook.com/groups/571989499893883

 

 

3. Clube um blogue entre bibliotecas:


Os conteúdos deste grupo são diversos, contamos com opiniões de livros lidos, iniciativas de bibliotecas, autores que divulgam as suas obras, artigos de várias fontes sobre leituras/iniciativas, promoções de editoras… actividade e acção para todos os gostos! A Liliana faz fotos fantásticas das suas leituras, para mim, tem das foto-montagens mais bonitas que aparecem no mundo livrólico!

Administradora : Liliana Carvalho

 

Grupo: https://www.facebook.com/groups/clubeumblogentrebibliotecas

 

 

4. Kilometros de Leituras: 


Esta é uma página que nos dá a conhecer mensalmente as novidades que as editoras vão lançar. Partilha também das leituras efetuadas pela Carina, eventos, curiosidades e tem actualmente um desafio mensal, o desafio das capas! 

Administradora: Carina Carvalho

 

Grupo: https://www.facebook.com/Kilometros-de-Leitura-1439754606305226

 

 

5. Apaixonadas por Romances de Época:

 

Este é um grupo para apaixonados e apaixonadas por romances de época, e daí surgiu também um chat das duquesas J, todos os meses escolhem um livro do género e procede-se à leitura do livro. É certamente um grupo cheio de romance, amos, heróis viris e heroínas destemidas! Um grupo extremamente dinâmico e cheio de publicações com excelentes recomendações!


Administradoras : Blogue Mil estrelas no colo e Viagens no sofá - as leituras da Rita

 

Grupo: https://www.facebook.com/groups/376177066562661

 

 

6. Amantes de Livros: 

 


Um grupo muito dinâmico, cheio de boas opiniões, divulgação de autores e novos livros, bloggers, youtubers, páginas… há um pouco de tudo!

 

Administradora: Susana Resende 

 





Grupo: https://www.facebook.com/groups/1184507255051176

 

7. Marcada pelos livros: 


Um grupo de opiniões, onde encontro sempre excelentes sugestões de leitura, especialmente dentro do género thriller. Lançam maratonas de leituras muito giras como a “Digestão de Livros”, o grupo tem estado com pouca actividade, mas vale muito a pena!

 

Administradora: Carolina Marques e Mónica Cabral

 

Grupo: https://www.facebook.com/groups/208585983536983

 

8.  Troca de Palavras: 


Um grupo que acompanha as leituras da nossa Marta! 

Tem um pouco de tudo, imagens para inspirar livrólicos, divulgação de leituras de vários géneros, participação de alguns autores. Um grupo em expansão e com muito potencial!

 

Administradora: Marta A. Santos

 


Grupo: https://www.facebook.com/groups/742643145883400

 

 

9. O que andamos a ler? : 


Um grupo para partilhar livros e leituras, disponibilizar as nossas emoções enquanto leitores, trocar experiências de leitura que são experiências de prazer. É esta a apresentação do grupo, é sem dúvida um grupo de leituras muito diferentes e de leitores com gostos díspares mas ávidos leitores!

 

Administrador: Aníbal Coutinho

 

Grupo:

https://www.facebook.com/groups/366036136807459

 

 

10. Tribunal Literário: 

 


A ordem dos trabalhos é o julgamento dos livros... Aqui são permitidas todas as defesas e proibidos quaisquer negócios.

Todas as opiniões de livros lidos e por ler são bem vindas, mas trocas e vendas neste grupo, são expressamente proibidas, são tão somente um Tribunal Literário. 


 

Administradoras: Carla Faleiro, Marta Ávila e Paula Cristina Nunes Pinto

 

Grupo: https://www.facebook.com/groups/162376573945667

 

11. Clube de Leitura Tudo Sob Linhas: 

 


Este é o grupo "Clube de Leitura Tudo Sob Linhas" criado pelo Blog e Canal com o mesmo nome.  Tem um Clube de Leitura, onde mês após mês é criado um desafio e Leituras Conjuntas :) Também tem um Desafio Anual.

 

Administradora: Ana Catarina

 

Grupo e canal: https://www.facebook.com/groups/341848003163202 

https://www.youtube.com/channel/UCJoPUaHK4hBrQ0mF8K5yySQ

 

12.  Livros con-vida: 

 


Esta página é  de um blogue, que apesar de recente, tem conteúdos muito bons. 

A sua autora é a Alexandra Arada que começou a partilhar as suas opiniões no blogue e na página em 2020.

 

Grupo: https://www.facebook.com/livrosconvida

 

13. O que é Português é bom: 

 

Quando quero conhecer boas recomendações de leitura em português costumo visitar este grupo. O grupo define-se da seguintes forma: “O objectivo é a partilha de leituras, pelo que, em termos práticos, a única obrigatoriedade dos participantes é: após terminarem a leitura do livro escolhido (que cumpra o requisito da letra), tirarem uma fotografia (artística ou não) e publicarem dentro do álbum correspondente com uma pequena opinião e uma classificação para que todos os outros participantes possam interagir ou trocar opiniões caso o tenham lido igualmente. Desta forma, incentivamo-nos não só a ler autores portugueses como a partilhar entre todos as nossas opiniões.

Contamos convosco?

O que é PORTUGUÊS é BOM!”

 

Administradoras: María Joao Covas e Maria João Diogo

 

Grupo: https://www.facebook.com/groups/3128333097197624/?ref

 

 

14. Mil folhas de Papel: 

 

Um grupo bem conhecido e levado a bom porto pela Augusta Carvalho e que nos dá a conhecer as suas leituras e a seguir os seus gostos literários. 

A Augusta tem também um canal de youtube onde nos fala das suas leituras. E promove a troca activa de livros, podem consultar todas as suas iniciativas no seu grupo.

Recentemente iniciou um grupo dedicado à escritora Nora Roberts.

 

Administradora: Augusta Carvalho

Grupo: https://www.facebook.com/groups/621354258335089

 

 

15. Clube de LeituraDesenVouLer:

 


Este grupo tem como objetivo partilhar livros, citações, comentários, temas interessantes para acrescentar valor.

 

Administradoras: Ana Batalha Soares e Paula Lourenço

 

Grupo: https://www.facebook.com/groups/1109755959483411

 

16. Estações Literárias: 

 


Começou como um blogue, depois um grupo de facebook e creio que se converteram ao mundo dos booktubers.

No grupo apresentam-se assim: Bem-vindo à maratona Estações Literárias, inspirada nas estações do ano e em formato bingo literário. Vamos dar início à última edição da maratona! 🍁 NÃO é necessário ler os livros e fazer os desafios pela ordem em que aparecem as categorias.

Costumam lançar um desafio para cada estação do ano. A edição de 2022 não saiu ainda mas mas o grupo continua. 

Administradoras: Andreia Rosa e Ana Lopes

Têm canal no YouTube: https://www.youtube.com/c/ThePhoenixFlight/videos

Grupo: https://www.facebook.com/groups/maratonaestacoesliterarias

 

 

17. Booktang (grupo privado)

 


Um grupo divertido e com excelentes leituras, somos constamtemente tentadas pelas compras que faz a Sílvia Miranda um dos membros do grupo. As sugestões mais”sanguíneas” dadas pela Vera Brandão. Certamente um grupo para quem gosta do género policial/thriller.

 

Administradoras: Magda Araújo, Cristina Lima e Vera Brandão

 

Grupo: https://www.facebook.com/groups/967186743745965

 

E claro que não posso deixar de mencionar aqui o “meu”/ “nosso” grupo, o Livrólicos de Cá e de Lá… um grupo de pessoas despretensiosas que gostam de ler, de falar sobre livros, de comprar livros, de participar em iniciativas sobre livros e sempre com um clima de boa disposição! Apareçam por lá! Há um pouco de tudo, as eternas apaixonadas, os sedentos e sangue, os que não perdem pitada dos hot, os que amam fantasia… 


Grupo: https://www.facebook.com/groups/1747457015531387/


Poderia sugerir mais uns quantos, mas estou a tentar reduzir as “horas” perdidas nestas leituras para me dedicar às leituras das minhas estantes e arredores! 


Espero que gostem das sugestões e deixem as vossas! Boas leituras!!

 

 

27/01/2022

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto 2022

A 27 de janeiro assinala-se, anualmente, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Este dia foi implementado através da Resolução 60/7 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a 1 de novembro de 2005. Passaram 77 anos desde que foi libertado Auschwitz-Birkenau pelas tropas soviéticas.

O propósito deste dia é não esquecer o genocídio em massa de seis milhões de judeus pelos Nazis e respetivos colaboracionistas. Este constitui um dos maiores crimes contra a Humanidade de que há memória. Por outro lado, pretende-se educar para a tolerância e a paz, bem como alertar para o combate ao antissemitismo.

A Comissão Europeia, a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), a ONU e a UNESCO criaram a campanha #ProtectTheFacts, como forma de combater o negacionismo e a desinformação em relação ao Holocausto.

Segundo a ONU, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e a educação sobre o mesmo, é um imperativo global para a terceira década do século. O ato de relembrar traz dignidade e justiça para aqueles que os perpetradores quiseram apagar da história.

Neste dia evocamos todos os que foram vítimas do Holocausto e da ideologia nazi. Relembramos não apenas as vidas dos milhões de judeus, mas as de todos aqueles que, pelas suas origens, crenças, orientação sexual, condições físicas e opções políticas foram perseguidos, e os milhões de prisioneiros de guerra mortos pela fome, pela doença, pelo trabalho forçado. Homenageamos também memória de todos aqueles que tiveram a coragem de escolher fazer o que estava certo, independentemente das consequências. Entre nós figuram Aristides de Sousa Mendes e os também diplomatas Carlos Garrido Sampaio e Alberto Teixeira Branquinho e o Padre Joaquim Carreira. 

Em 2019, Portugal tornou-se membro da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, reforçando o seu compromisso de promoção da educação das novas gerações sobre este tenebroso período. Educar é a melhor forma de prevenção e, também, de homenagem.  

O primeiro Museu do Holocausto da Península Ibérica abriu na cidade do Porto, e está simbolicamente, organizado em três fases: a vida dos antes do Holocausto; a morte durante o Holocausto e a vida (novamente) após “esta catástrofe”.

O historiador Fernando Rosas, da Universidade Nova de Lisboa, lidera uma investigação que divulgou que pelo menos 70 portugueses estiveram em campos de concentração durante a II Guerra Mundial, e 300 terão sido obrigados a trabalhos forçados.

Imagem: Retratos de judeus assinados em Auschwitz-Birkenau, na Polónia


Uma forma de lembrar, não esquecer e homenagear todas as vítimas passa pela leitura, sejam obras baseadas em factos reais, relatos biográficos, obras de ficção. Todas elas de uma forma ou de outra ajudam os leitores a perceber o que se passou. Eu descobri este ano, a iniciativa #hol77 (cada ano a Dora adiciona os anos que passaram a tag é #hol+ano) e participei com as minhas leituras. 

Foram sobretudo obras de ficção e duas delas baseadas em casos reais, um relato e um romance escrito por uma escritora que foi levada para um campo de concentração, este romance foi inclusive adaptado para o cinema e o filme é na minha opinião lindíssimo, demonstrando que nem sempre as coisas são a preto e branco.


Excertos utilizados:

https://www.portugal.gov.pt/pt/gc22/comunicacao/comunicado?i=dia-internacional-em-memoria-das-vitimas-do-holocausto

https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-em-memoria-das-vitimas-do-holocausto

https://portal.oa.pt/comunicacao/noticias/2021/01/dia-internacional-em-memoria-das-vitimas-do-holocausto/

25/01/2022

O Filho de Noé, de Eric-Emmanuel Schmitt

 O Filho de Noé, de Eric-Emmanuel Schmitt 

Data de Lançamento 2/2018

Editor: Marcador

 Páginas: 111

Período de Leitura: 15 a 20 Janeiro


SINOPSE:

1942. Auge da Segunda Guerra Mundial. As rusgas começam. O pequeno Joseph, de sete anos, judeu, é afastado dos pais para conseguir sobreviver. Aprende a ocultar o seu nome, a sua história, os seus sentimentos. Escondido num orfanato católico, vai crescer acompanhado por um sacerdote, o padre Pons, um homem simples que se empenhará em manter viva a cultura judaica e em transmiti-la às crianças. Num universo à primeira vista cristão, o padre Pons instalou uma sinagoga secreta. Tal como Noé, o padre decidiu salvar a humanidade. Apesar daquilo que é. Uma vez restabelecida a paz, o que irá ser destas crianças com esta dupla identidade?


Opinião:

Um pequeno livro, com um pequeno protagonista muito corajoso! A situação da ocupação da Bélgica vista pelos olhos de uma criança, o seu relato, as suas vivências e o que fez para sobreviver aos anos da ocupação. Um menino judeu que é colocado no seio de uma casa de acolhimento de jovens rapazes ao cuidado de um padre, o padre Pons, conhecido por “ meu pai” que tudo fez para manter Joseph e outras crianças a salvo da deportação.

À semelhança do livro, Quando Hitler roubou o coelho cor de rosa, esta história não nos relata os horrores vividos nos campos, mas permite-nos compreender a segregação, os maus-tratos infligidos a pessoas somente por serem judeus, as dificuldades vividas pelo racionamento de comida e as dificuldades de viver longe da família e numa religião que não a sua na perspectiva de uma criança de 6 anos (quase 8 mas a idade alterada para que não suspeitassem da sua verdadeira identidade).

O autor tem uma forma muito simples de escrever e essa simplicidade sente-se na maneira como nos conta a história, pelos olhos de um criança ainda inocente e pouco vivida, padre Pons na clandestinidade ensina ao pequeno Joseph o significado de ser judeu, colecciona objectos ligados à cultura judaica, qual Noé coleccionou animais para a sua arca, assim o padre Pons coleccionava objectos para os manter a salvo dos nazis. E o pequeno Joseph é o seu cúmplice, praticam juntos num jogo de faz de conta, em que Joseph finge se um bom cristão e o padre Pons um bom judeu.

Acompanhamos esta vivência no orfanato, Joseph, o seu amigo Rudy, o padre, os outros meninos e alguns habitantes da pequena vila. A guerra passa e chega ao fim, no entanto permanecem a solidão e o medo de ser um órfão de verdade, pois Joseph não sabia se os pais regressariam para o buscar. Gostei tanto da analogia a Noé e a sua arca, a cripta qual arca, albergava os objecto coleccionados pelo padre Pons. O padre Pons que coleccionava objectos como forma de preservar e construir memórias para que os rapazes acolhidos não esquecessem a cultura, os costumes e as pessoas da sua própria religião! Ao longo dos anos, conta-nos Joseph, o padre foi fazendo várias coleções, sempre de pivôs em sofrimento ou m perigo. Até que um dia, o próprio Joseph, se tornou, Noé, um coleccionador de memórias e objectos como forma de respeito pelo outro.

Um livro que aborda a temática do Holocausto, de uma forma muito inteligente e que transmite um mensagem essencial, o respeito pela cultura de cada um, o conhecimento como base para esse respeito e que acima de tudo somos todos seres humanos e que apesar de tudo devemos estar unidos pelas nossas diferenças.

Classificação: 4 ****

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#desafiolivrólicos2022 #aromas_de_cor #lereessencial #hol77


16/01/2022

O homem mais feliz do Mundo, Eddie Jaku

 O homem mais feliz do mundo, Eddie Jaku

Edição: 03-2021

Editor: Objectiva

Páginas: 176

Período de Leitura: 10 a 15 de Janeiro


SINOPSE:

Eddie Jaku nasceu na Alemanha em 1920 no seio de uma família judaica, sempre carregando com orgulho a sua nacionalidade. No entanto, tudo isso mudou drasticamente em Novembro de 1938, quando foi detido, espancado e levado para um campo de concentração. Depois de sobreviver aos mais desumanos horrores, perder os seus familiares, amigos e o seu país, Eddie fez uma promessa: sorrir todos os dias. Hoje acredita ser o «homem mais feliz do mundo».

Por ocasião do seu 100. º aniversário, Eddie Jaku oferece-nos um testemunho poderoso, desolador e, ao mesmo tempo, derradeiramente optimista de como a felicidade pode ser encontrada até no momento mais sombrio da Humanidade.

Opinião:

                         Aviso *** não consegui dar opinião sem spoilers ***


Este é um pequeno livro com uma mensagem poderosa, no final deixou-me com umas lágrimas nos olhos e com a voz embargada. Como se fala de uma história assim? Como se faz jus ao que me acabou de ser contado? Que ser humano tão bonito, que ensinamentos bons nos transmite e que mensagem nos deixa. Para mim, o principal ensinamento que nos deixa Eddie é o de valorizar o que nos é mais precioso na vida. Que volvidos 77 deste acontecimento terrível, é hoje, um ensinamento ainda mais válido, considerando o actual cenário em que vivemos: 

“O meu pai dizia-me que oferecer dá mais prazer do que receber, que as coisas importantes da vida, os amigos, a família, a bondade, são muito mais preciosas do que o dinheiro. Um homem vale mais do que a sua conta bancária. Nessa altura, eu achava uma tontice, mas agora, depois de tudo o que vi, sei que ele tinha razão.”, Excerto de: O homem mais feliz do mundo, Eddie Jaku, página 12.
“Na verdade, o meu pai proferiu palavras sábias, quando me disse que uma vida vale mais do que uma conta bancária. Há muitas coisas neste mundo que dinheiro algum pode pagar, e há coisas de valor incalculável. Família em primeiro lugar, família em segundo e família por último., Excerto de O homem mais feliz do mundo, página 18, Eddie Jaku

Eddie esteve inicialmente no campo de Buchenwald, fugiu para a Bélgica, como tinha conhecimentos de engenharia mecânica aí viveu e deu aulas um ano, tendo que se apresentar às autoridades por ser alemão! Da Bélgica fugiu para França com o pai, numa tentativa de irem para Inglaterra. Infelizmente, foram apanhados em Dunkerque, Eddie perdeu-se do pai, iniciou sozinho uma fuga a pé para o sul de França, foi apanhado e enviado para um campo de prisioneiros alemães em Pau, chamado Gurs. Daí, e devido um acordo feito entre a França e a Alemanha, foi deportado juntamente com outros 822 prisioneiros, para Auschwitz. Eddie conseguiu fugir do comboio em andamento, removendo os parafusos do fundo da carruagem com uma chave roubada a um oficial, perto de Estrasburgo encetou mais uma caminhada até ao apartamento que os pais tinham alugado. Com a ajuda de um amigo de família conseguiu de novo reunir-se com a família, os pais e a irmã Henni.
O relato a partir daqui torna-se cada vez mais cruel, sabemos dos os maus-tratos infligidos aos pais, ambos agredidos, e com marcas que permaneceram até à sua morte. Conseguimos sentir a mágoa de Eddie, por não saber onde estão os restos mortais ou cinzas dos seus entes queridos, as tias, que foram mortas no comboio que as levava para Auschwitz.

Eddie tinha uma família com uma essência tão boa, a bondade da sua família não tinha limites. Mesmo passando dificuldades, na sua mesa, quando se encontravam escondidos no sótão de uma pequena pensão, houve lugar para dois órfãos de 12 e 13 anos cujos pais foram levados pela polícia,  o amigo de Eddie, Kurt, também lá ia. Mas esta vivência foi de pouca duração, um dia o seu amigo desaparece, dias depois os pais, a irmã e Eddie são também capturados e enviados para um campo transitório em Malines, na Bélgica. O tom de Eddie nesta parte do  relato é de alegria, mas porquê? Porque conseguiram salvar os dois meninos órfãos, que com eles viviam, escaparam incólumes e estão ambos vivos ao dia de hoje. 

Esta felicidade é passageira, pois de seguida Eddie conta-nos o horror da chegada deles a Auschwitz, em Fevereiro de 1944. Sem saber nesse dia Eddie ficaria órfão, ambos os pais condenados à câmara de gás e em seguida levados para os crematórios. Esta parte foi dura de ler, por estas palavras: “Hoje ainda, caro leitor, se tiver essa oportunidade, vá até casa e diga à sua mãe que a ama muito. Faça isto pela sua mãe. E faça-o pelo seu novo amigo, Eddie, que já não pode dizê-lo à sua própria mãe.”Excerto de O homem mais feliz do mundo, Eddie Jaku, página 52. Aqui e com um nó na garganta dei por terminada a leitura no primeiro dia que comecei este livro.
Nos próximos capítulos vemos retratado, o dia a dia de Eddie e o seu amigos Kurt em Auschwitz, de como foram despojados de tudo o que os caracterizava como indivíduo: o nome, os pertences e acima de tudo a sua dignidade, constantemente maltratados, abusados e sempre com a dura pena de não saberem se sobreviveriam para ver o nascer do próximo dia. Que atrocidades viveram estas pessoas. Mas Eddie, graças ao seu amigo nunca desistiu, lutou para sobreviver aos horrores vividos naquele campo e diz que o que lhe valeu foi a amizade:

“Esta foi a coisa mais importante que aprendi até hoje: o melhor que nos pode acontecer é sermos amados por alguém.Não posso deixar de salientar este aspecto, sobretudo junto dos jovens. Sem amizade, o ser humano está perdido. Um amigo é alguém que nos faz sentir vivos.” Excerto de O homem mais feliz do mundo, Eddie Jaku, página 59

Eddie foi posteriormente enviado para uma fábrica, com o título de judeu indispensável, responsável por controlar 200 funcionários que tinham de se assegurar que a sua máquina não perdia a pressão e ele não podia permitir que as máquinas parassem sob pena de enforcamento. Aí descobriu que a sua irmã estava ainda viva e como muitos, estava em más condições. Agredido com uma pedra na fábrica Eddie é levado ao hospital e aí conhece um neuro-cirurgião que lhe pede que conceba uma mesa de operações e de certa forma o ajuda a passar algumas situações complicadas. A fábrica era um agridoce para Eddie, aí via a irmã, conseguia estar a salvo, mas tinha perfeita noção de que o trabalho deles servia para fabricar o gás que matava milhares de judeus nas câmaras de gás:

“Tornei-me engenheiro mecânico da IG Farben. Esta empresa cometeu alguns dos piores crimes contra judeus. Mais de trinta mil pessoas eram forçadas a trabalhar nas suas fábricas, que forneciam Zyklon B, o gás venenoso responsável por mais de um milhão de vítimas mortais nas câmaras de gás.
De certa forma, porém, estou grato às fábricas. Sem elas, estaríamos mortos. Mais de um milhão de judeus morreram em Auschwitz, mas existiam outros campos de concentração onde não havia trabalho nem nada que impedisse as SS de sonharem com um extermínio completo. Os donos da fábrica queriam manter-nos vivos e davam-nos injecções de vitaminas e glicose para nos manter a trabalhar. Era do interesse deles manter-nos suficientemente saudáveis para trabalhar.”, Excerto de O homem mais feliz do mundo, Eddie Jaku, página 62

As privações, mesmo sendo considerado judeu essencial, eram muitas,  e Eddie  como muitos era assolado pela fome, falta de higiene , mas nunca foi capaz de roubar a outros prisioneiros para sobreviver, mas foi ele vítima de roubos de ração, que ele viu como falta de princípios da parte de alguns, mas tanto do lado dos judeus, como dos alemães:  “A falta de alimento não justifica tudo. Não há medicamento para os princípios. Quando perdemos os princípios, é como se nos perdêssemos a nós próprios.”, Excerto de O homem mais feliz do mundo, Eddie Jaku, página 71

Eddie saiu de Auschwitz em 1945, a pé e com muitos outros prisioneiros, e foram parar a Gleiwitz, para pouco tempo depois, serem de novo ser levados para o primeiro campo onde tinha estado início desta tragédia. Em Gleiwitz deixou o seu amigo Kurt escondido num teto fechado com mais pessoas escondidas, pois não tinham forças para empreender tamanha viagem. Eddie tapou o buraco, deixou o seu amigo Kurt, e partiu, a pensar que talvez com um pouco de sorte se salvassem. A viagem de comboio foi muito dura, sempre debaixo de neve e em vagões abertos. Foi novamente o facto de saber mexer em maquinaria e ferramentas que levou à sua transferência para o campo de Sonnenburg, onde trabalhava numa fábrica subterrâne. Foi aí ajudado por um velho amigo do seu pai, que tinha lutado ao seu lado na primeira guerra. A fábrica foi bombardeada, após 4 meses, e com o aproximar das tropas russas e dos aliados, Eddie engrendra um plano de fuga por um tubo e escoamento de águas na lateral das estradas. Após uma fuga aparatosa, vaguear sem rumo, sobreviver de caracóis e lesmas, Eddie foi resgatado pelos soldados americanos e levado para um hospital sem muitas esperanças de vida. 

Já em Bruxelas, após seis semanas a lutar pela vida, quando teve alta, foi em busca da sua família, ia a uma cantina, conhecendo soldados de todos os cantos do mundo e sempre em busca de conhecidos! E foi aí, um dia, que também reencontrou o seu amigo Kurt!! Juntos procuram trabalho e alugaram um apartamento, Eddie começou a trabalhar como capataz de uma fábrica e Kurt como marceneiro. Mais tarde soube também que a sua irmãzinha Henni estava viva e trabalhava numa exploração de maçãs perto de Ravensbrück e fizeram planos para que fosse viver com Kurt e Eddie. 

Mesmo tendo o conflito terminado, e Eddie e o amigos bem de vida, sentiram que queriam ajudar outros, acolheram três raparigas que se tentaram suicidar, zelaram pela sua saúde e mantiveram-se em contacto por cartas. Foram construídas famílias, não unidas pelo laço de sangue, mas pelos laços de amizade, entreajuda e compreensão pelo outro. Eddie regeu-se sempre pelos ideais que lhe foram transmitidos pelo seu pai: “é dever de quem tem sorte na vida ajudar quem sofre, e que é melhor dar do que receber. Há sempre milagres no mundo, mesmo quando parece não restar qualquer esperança. E, quando não há milagres, podemos fazer com que aconteçam. Com um simples acto de bondade, podemos salvar outra pessoa do desespero, o que poderá ser suficiente para lhe salvar a vida. E este é o maior milagre de todos.”, Excerto de O homem mais feliz do mundo, Eddie Jaku, página 99.

No entanto Eddie não se sentia feliz na Bélgica, era refugiado, vivia num país que fez vista grossa aos agressores, aos colaboracionistas, aos ladrões. Eddie chegou mesmo a ver um homem a usar um fato seu que tinha ficado no apartamento alugado pelos seus pais! E a sociedade não os aceitava, o anti-semitismo não era físico, mas assumia a forma de rejeição pela sociedade com comentários como: ahh você é judeu! Como foi caso, da visita de Eddie à família do prisioneiro a quem Eddie, no comboio, prometeu entregar a foto do seu casamento. 

Tanto Eddie como Kurt se casaram. Kurt conheceu Charlotte e Eddie conheceu Flore, uma judia de origem grega. Esta sobreviveu com a sua família, alguns anos em França com uma identidade falsa, para fugir aos nazis e evitar ser deportada com a família para campos de concentração. Eddie ganhou de novo uma família semelhante àquela que perdera com a guerra e com a chegada do primeiro filho conseguiu ser novamente feliz! A sua vida mudou para melhor e continuou assim como a de Kurt e a da sua irmã. Kurt emigrou para Israel e Henni para a Austrália, Eddie acabou por fazer o mesmo, pois não pôde permanecer na Bélgica com o estatuto de refugiado. Eddie na Austrália singrou na vida, comprou casa, teve uma oficina de reparação e venda de peças e automóveis, foi agente imobiliário, colaborou para a construção do museu dos judeus, para a associação de sobreviventes do Holocausto… deu palestras. Eddie não perdoou, nem deixou cair no esquecimento os 6 milhões de judeus que foram exterminados como se fossem uma praga, conta-nos a sua história para que não esqueçamos.

Afirma que foi um homem feliz, pela felicidade que encontrou na família, nas páginas finais lemos: “Eis o que aprendi. A felicidade não cai do céu; está nas nossas mãos. A felicidade vem de dentro de nós e das pessoas que amamos. Quem for saudável e feliz, é milionário. 
a felicidade é a única coisa no mundo que duplica de cada vez que a partilhamos. A minha mulher duplica a minha felicidade. A minha amizade com o Kurt duplicou a minha felicidade. E no seu caso, meu novo amigo? Espero que a sua felicidade também duplique.”, Excerto de O homem mais feliz do mundo Eddie Jaku, página 108

E deseja isto aos seus leitores:
Espero que tenham sempre muito amor para distribuir,
Muita saúde para dar e vender,
E muitos bons amigos que se preocupem convosco.”
Excerto de, O homem mais feliz do mundo, Eddie Jaku, página 120

Um relato sem floreados, numa linguagem simples, concisa, direta, e de certa forma intimista,  Eddie quer tocar a todos com a sua história, um pequeno livro, com uma grande história, contada em pouco mais que 100 páginas que nos toca, nos emociona, nos faz pensar no significado da vida, da vida humana, na nossa própria vida e no acreditar num mundo melhor, construído por bondade e por histórias que retrate. O passado, para que o mesmo não se repita... 

Classificação: 5 *****


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