08/11/2020

Leituras 2020: Fala-me de um dia perfeito

 Autora: Jennifer Niven

Ano de Publicação: 2015

Editora: Nuvem de Tinta

Páginas: 360


Comecei a leitura deste livro num desafio conjunto e ainda a decorrer, mas eu terminei-o numa semana. Confesso que me custou entrar nesta leitura, porque tinha uma ideia pré-concebida de que o livro era um estereótipo, dois adolescentes mal compreendidos, sofredores, que enfrentam a vida juntos e no final são bem sucedidos. Enganei-me não foi? Não é um livro lamechas que fala de emoções fúteis, é um livro muito sério que aborda questões como depressão, bipolaridade e suicídio. 

O livro apresenta duas perspectivas, sendo dividido em capítulos alternados para Finch e para Violet. E desde que se conhecem a vida de ambos não mais será a mesma. Finch e Violet vão apaixonar-se, e como nas viagens que têm que empreender para um trabalho da escola em que têm que conhecer os lugares do estado onde vivem, vão-se conhecendo, cada vez melhor. No entanto, Violet começa a recuperar da perda da sua irmã, a ver uma luz no meio da escuridão em que se perdeu, já que parte da sua identidade morreu com ela. Já Finch? Ele perde-se cada vez mais... Penso que ele não esperava encontrar Violet e que está viesse de alguma forma fazê-lo sentir-se assim. Mas ele vive num mundo só seu, traumatizado pelos mais tratos do pai, pela ignorância da mãe, que de tão cansada vive completamente alheada ao problema do filho, arrasado pelos seus colegas fúteis e que o fazem sentir-se como o “anormal” que o chamam. 

Eu pensava que, e aí está a minha visão cor de rosa das histórias, Violet iria ser capaz de tirar Finch do buraco negro em que ele se encontrava, que de certa forma ela iria ser a sua âncora, mas não!!! E é aqui que eu fiquei agarrada à história e a não querer acreditar no rumo que a mesma levou. Fiquei chocada com a falta de preocupação dos pais dele, em como aceitaram a sua ausência e se resignaram. Enquanto Violet se recuperava da sua depressão, muito pela ajuda de Finch, ele pelo contrário, caiu numa espiral decrescente, que o levou a afundar-se na sua doença até ao derradeiro final. Posso dizer que os meus sentimento foram: choque, descrédito e revolta. 

E penso que esse era o objectivo da autora: o fazer-nos sentir o que aqueles que ficam sentem. Mas, e foi por isso que digo que não apreciei a história, deu-nos uma visão muito pessimista das pessoas, que se limitam a assistir à vida de outros sem estender uma mão para ajudar. 


Recomendo a leitura mas preparem-se pois não é fácil...

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