Título: A breve vida das flores
Autora: Valérie Perrin
Editora: Editorial Presença
Data Publicação: Fevereiro de 2022
Páginas: 448
Período de Leitura: 23 a 31 de Janeiro
SINOPSE : Íntimo, poético e luminoso. O romance protagonizado por uma mulher que, contra tudo e contra todos, nunca deixa de acreditar na felicidade.
Violette Toussaint é guarda de cemitério numa pequena vila da Borgonha. A sua vida é preenchida pelas confidências - comoventes, trágicas, cómicas - dos visitantes do cemitério e pelos seus colegas: três coveiros, três agentes funerários e um padre. E os seus dias pareciam ser assim para sempre. Até à chegada do chefe de polícia Julien Seul, que quer deixar as cinzas da mãe na campa de um desconhecido.
A história de amor clandestino da mãe daquele homem afeta de tal forma Violette, que toda a dor que tentou calar vem ao de cima. É tempo de descobrir o responsável pela tragédia que afetou a sua vida.
Atmosférico, tocante e - tantas vezes - hilariante, este é um romance de vida: dos que partiram e vivem em nós, da luz que se pode revelar mesmo na mais plena escuridão. Porque às vezes basta a simplicidade de um gesto, basta a frescura da água viva para nos devolver ao mundo, a nós mesmos e aos outros.
Opinião: Leio este livro depois de já ter visto algumas opiniões sobre o mesmo, já vi boas e já li algumas em que a pessoa não se identifica nem com a história nem com o livro. Guardei esta leitura para Janeiro, pois enquadra-se no desafio anual do grupo Livrólicos de Cá e de Lá, um autor que célebre o seu aniversário neste mês. E foi assim que peguei no livro da Valéria Perrin, com grandes expectativas a a torcer para gostar da história. Existem livros sobre e com flores que até hoje me tocaram, este foi o terceiro, os outros dois foram: As flores perdidas de Alice Hart, da Holly Ringland e A linguagem secreta das flores da autora Vanessa Diffenbaugh.
E eu gostei muito do livro, talvez por estar a lê-lo numa altura em que a minha começa a ser marcada pela ausência de pessoas que estiveram presentes na minha infância e adolescência, em que tomo consciência que já não somos os miúdos quando não nos preocupávamos com este tipo de questões. É um livro sobre vida e morte, sobre lágrimas e riso, sobre viver a vida e não vê-la passar, sobre perda e construção, sobre ser diferente e ser aceite… este livro é um exemplo tão bom!
A história que nos é contada é a de Violette Trenet, uma personagem difícil de classificar, e com uma história que também não é fácil de classificar, um romance, um drama melancólico e triste…Violette veio ao mundo como uma órfã, foi dada como morta à nascença mas renasce para a vida como Violette, por ao nascer, ter a pele desta tonalidade e Trenet porque Charles Trenet era o cantor favorito da enfermeira que a ajudou a nascer. Violette foi abandonada pela mãe e do pai nunca se soube nada. Cresceu em vários lares, nunca consultada sobre o que queria para a sua vida, até que por sua conta foge e começa a trabalhar num bar, sabia fazer contas e pouco mais, quando conhece Philippe Toussaint, que se torna seu marido, é assim que de Trenet passa a Toussaint que fará todo o sentido na segunda parte da história! Mas, também Philippe, não a vê pela pessoa que é, não a valoriza, como mulher, como mãe, como pessoa, ela serve um propósito e para ele ela é o Porto de abrigo ao qual regressa, onde come, se veste e não trabalha, pós é Violette quem se ocupa quase da passage. E também os seus sogros a julgam inferior ao seu amado filho, em especial a sogra que quase nunca lhe dirige a palavra, que a vê como alguém inferior, não interessante e pouco culta. São estes que lhes arranjam um emprego como guardas de uma passagem de comboios e onde vivem os primeiros anos de casados.
O percurso de Violette, não é fácil, muitas vezes sozinha, conta com uma só amiga mas a quem não confidencia muito, aprende a ler sozinha, e lê quase sempre o mesmo livro, que a acompanha e quase sabe de cor. Violette não quer muito para si, quer apenas a felicidade da sua pequena família.
Esta felicidade, é interrompida por uma tragédia que a faz mudar, muda de emprego, a sua maneira de estar, a sua maneira de vestir, será um amigo improvável que fará que traz Violette de novo para a “luz”, Sasha é alguém que passou pelo mesmo que ela e a ajuda a “voltar a viver”, dedicando-se ao seu jardim, a cuidar de um cemitério, de um grupo inusitado de pessoas que por lá passam e a registar histórias de funerais. Violette vive anos numa calma aparente, até que o detetive Seul aparece e acaba por revirar a sua vida do avesso com a história de amor proibida da sua mãe e um residente no cemitério de Violette.
Julien Seul traz a narrativa de sua mãe e do seu amor proibido, e incrivelmente o relato no diário da sua mãe inclui pedaços da história de Violette, curiosamente esta história de amor vai abril a caixa de Pandora da vida de Violetta, Julien vai a pouco e pouco ficando a saber mais sobre a que tragédia que marcou a vida daquela mulher tão diferente das outras que diz que já não pode amar e finalmente dar-lhe a resposta à pergunta que a acompanhava há anos e fechar um ciclo.
O livro tem uma escrita simples, a narrativa tocou-me, envolveu-me e a história permaneceu comigo e deixa uma mensagem simples, por vezes só precisamos de um “café” e que nos ouçam, mas que ouçam verdadeiramente, pois a vida é feita de pequenas coisas, pequenos gestos que tornam a nossa e a vida dos outros um pouco melhor.
Classificação: 5 estrelas
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