Título: A Mulher-casa
Autora: Tânia Ganho
Editora: Porto Editora ( Coleção Marca d’Água)
Data Publicação: Abril 2012
Data de Leitura: 8 a 12 de Fevereiro
Sinopse: Ela é uma modista de chapéus pouco conhecida; ele, um ghostwriter de políticos menores e personalidades duvidosas. Quando trocam a pacata Aix-en-Provence pela imponente Paris, levam consigo toda uma bagagem de sonhos e promessas de glamour. Porém, o crescente sucesso profissional do marido depressa reduz Mara ao papel de mãe e dona de casa, arrastando-a para um abismo de solidão e desencanto.
É então que se envolve com Matthéo, um jovem chef mais novo do que ela, e de súbito se vê enredada numa espiral de sentimentos contraditórios onde a lealdade, a luxúria e o dever encerram as agonizantes perguntas: poderá uma adúltera ser uma boa mãe? Poderá ela esperar que este amor proibido a salve de si mesma e da sua falta de fé?
Antes de começar a opinião um pequeno desabafo, será a minha segunda opinião escrita, pois a primeira perdeu-se entre ficheiros e actualizações do Ipad. Mas são contratempos e situações inesperadas que acontecem…
O livro: A capa do livro apresenta a imagem de uma mulher, sensual, que entre tules costura na sua máquina de costura. Já a capa nos faz antever a história de contrastes e acontecimento inesperados que não antecipamos.
Temas: os diversos papéis da mulher: esposa, mãe, profissional e acima de tudo o papel que se perde e dispersa o de mulher.
Género/público: romance
Personagens favoritas: Matthéo pela sua simplicidade.
Escrita: é um livro extremamente bem escrito, com uma escrita cuidado e que nos envolve, não tem uma linguagem demasiado floreada ou rebuscada, as descrições são extremamente boas e não tão longas que nos perdemos na história.
Opinião: Este foi o primeiro livro que li da autora, a história inicia com a ida de Thomas, Mara e o seu pequeno filho Raphael para Paris. A Thomas, é dada a oportunidade de carreira de uma vida, ser o “pluma” de um proeminente ministro com as regalias que o cargo implica. Mudam-se para um apartamento dentro do assim chamado ministério e Thomas passa a estar ao serviço do ministro quase em exclusivo.
E Mara? Pois… Mara vê-se num apartamento que não conhece, numa cidade que não é a sua, com o desafio de ter de lidar com o filho sozinha e tudo o que isso implica… creche, ir levar, buscar, dar as refeições, organizar a casa… a sua carreira como modista é relegada para um plano secundário, muitas vezes tem que acabar as suas encomendas de forma rápida e, nem sempre, parece-me dedicando-se como deveria ao processo e ao produto que iria entregar. Para além disso não consegue estabelecer novas relações ou encontrar novas clientes dentro do ministério ou nas suas poucas saídas de casa.
O outro papel de Mara que é relegado para segundo ou terceiro ligar, é o que tem como mulher e companheira. Thomas esquece-se dela, ou acha que ela é alguém que estará e deve estar por ele e para ele, já que ele é que se afigura como o sustento principal, começam a existir momentos de afastamento, de frieza entre o casal e percebemos que Mara se põe em causa, é o seu papel enquanto mulher, questiona-se mesmo se o marido ainda a achará atraente e se terá uma amante…
Será neste momento da história, que Mara toma uma decisão com a qual não concordo, face à ausência notória do marido em vez de o confrontar Mara resigna-se a aceitar a sua ausência. No entanto, não hesita em procurar consolo nos braços de Matthéo, o jovem aspirante a cozinheiro que trabalha nas cozinhas do ministério. Aqui a minha maneira de ser entra em conflito com Mara. Porque não o confronta? Porque não fala? Ante a dúvida porque não tenta encetar um diálogo aberto com Thomas? Porque recebe tantos familiares seus e do marido e não é capaz de expressar ou partilhar com eles o que sente ou como se sente??
Neste ponto pensei em colocar fim à leitura pois estava zangada com Mara. Ela era uma mulher que não sabe bem o que quer, de si, da sua relação, da sua profissão? Mas depois e após alguma introspecção, qualquer mulher já teve um momento de dúvida na sua vida, sobre os seus diferentes papéis, como mãe, mulher, como profissional. E associada a essa dúvida a culpa, a culpa de estar a falhar ou não ser bem sucedida num desses papéis ou em cumprir com o que se espera de cada um deles. Mas sabem? A mulher perfeita não existe! E é tão fácil julgar primeiro ao invés de tentar compreender. Por isso dei uma nova chance a Mara. E ainda bem, porque apesar dos erros, da sua falta inicial de discernimento Mara ultrapassa o seu isolamento, as suas dúvidas em relação a si e ao que esperava para o seu relacionamento. Foi este o ponto de viragem para ser bem sucedida e feliz e assim chegamos ao fim de uma excelente história.
Sem dúvida um livro a ler! Uma autora que creio já se ter tornado uma das favoritas no panorama de novos autores portugueses.
Classificação: 4 estrelas
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