30/05/2021

Leituras 2021: O mapa do coração, Susan Wiggs


Gosto muito dos livros desta autora, costumam ser romances bem escritos, com personagens sólidas e histórias bem contadas! Está é um excelente exemplo, a história é passada entre o presente e o passado. Marcada por acontecimentos traumáticos que condicionam a vida presente das personagens. Camille, a sua filha e o seu pai vão num verão ser confrontados com o seu passado e as suas batalhas para conseguirem voltar a viver.

Mas contextualizando, Camille conhece um professor que necessita de revelar um rolo fotográfico que lhe daria a possibilidade de conhecer o paradeiro dos restos mortais do seu pai. Aqui temos o mote para o romance. Camille é convidada pelo pai, após este ter recebido um baú da sua casa em França, onde reside uma família que trata da propriedade. E neste baú uma foto misteriosa, que os vai levar à França e à ocupação nazi aquando da Segunda Guerra mundial. Aqui, o mistério, que vai permitir a Camille conhecer melhor o professor que se junta à descoberta do passado e tentar descobrir a história de Lisette, a avó de Camille.

Camille lutando com o seu passado, e com a morte do seu marido, muito traumática que alterou completamente a maneira de ser dela, passando de aventureira a uma pessoa cautelosa e fechada. E será esse verão que a fará enfrentar esse acontecimento e voltar ao seu eu anterior!

Cada personagem do livro luta de certa forma com os seus fantasmas, achei ligeira a forma como a história da filha de Julie foi abordada, ela lidou com os seus problemas comendo, e por estar fora da norma de beleza era ostracizada e mal tratada pelos colegas, assim como o único amigo, o refugiado, que por o ser era também posto de parte. Algumas das cenas parecem mesmo bullying e a maneira suave como os conflitos foram feridos não me agradaram. Assim como a solução mágica, de que um verão tornará Julie magra, autoconfiante e a rapariga cool por ser a americana e a novidade do pequeno vilarejo francês. Mas no final a fórmula resultou, pois a miúda não se tornou uma snob e conseguiu ser superior e lidar com as bullies...

Mas será a história do pai de Camille que nos vai surpreender, desde a sua concepção, pois afinal não era filho do detestável “maire” francês, traidor da pátria, um vendido aos nazis, mas sim fruto de uma paixão secreta da sua mãe com um pára-quedista americano que ela salvou e escondeu!! Mas a reviravolta maior nem foi esta, foi descobrir que o senhor afinal vivia no armário, e o regresso a França fê-lo reconhecer que o seu amor de infância seria quem o faria feliz! 

Confesso que teria preferido que a autora me tivesse contado em mais detalhe a história de Lisette, falado mais sobre a sua desfaçatez e claro como viveu após a partida do seu grande amor e o porquê de não poderem ter sido felizes juntos, percebi a justificação no livro, mas teria ficado mais feliz com um final mais prazeroso, mas teríamos ficado sem justificação para o regresso do país de Camille a França...

É um livro bom para uma tarde de Verão pois descreve a vida idílica que temos em férias, num lugar remoto mágico de França, em que o tempo é mais vagaroso, as pessoas mais felizes e até o sol é capaz de ajudar a resolver problemas!

Uma boa leitura para quem gosta de romance com algum mistério!!


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