Autora: Helena Magalhães
Edição/Reimpressão 10-2021
Editor: Suma de Letras
Páginas: 272
Período de Leitura: 29 a 31 de Março
SINOPSE
Numa voz intimista e com humor, a escritora Helena Magalhães analisa o impacto da cultura patriarcal em que as mulheres continuam a viver, enquanto partilha histórias pessoais que nos fazem pensar sobre o crescimento, a descoberta de quem somos e qual é o nosso propósito. Tudo isto enquanto lidamos com as amizades, mudanças de empregos, família, perda, traumas e, claro, o amor.
Esta é uma história sobre os triunfos e as frustrações da vida adulta e os medos e incertezas que nos condicionam. Sobre aprendermos a deixar de ser como os outros nos veem para sermos aquilo que vemos em nós. E sobre os laços entre mulheres e a força transformadora das amizades femininas.
Porque é nessa jornada, com tudo o que carregamos aos ombros, que nos tornamos ferozes.
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Opinião: Ferozes é um livro de e para mulheres. É um livro que nos fala de como as mulheres são ainda condicionadas por um sistema de valores tradicional e que muitas vezes ficam presas a esses condicionalismo, ao que é esperado delas.
É também um livro que retrata o valor das amizades, as escolhas que têm que ser feitas ao longo da vida, sejam as acertadas ou não. O impacto do amor nessa mesma vida e também o que se retira de todas as experiências que temos, o que fica, o sentimento que permanece seja ele um sentimento bom ou mau, pois isso é o que nos faz crescer enquanto mulheres e sermos “ferozes”.
Esta Helena, como tantas outras mulheres, é um ser imperfeito, que faz todo um caminho para se aceitar como tal, ouvindo a su própria voz no meio de tanta outras que abafam a sua! Um livro que apesar de bem escrito, com histórias com as quais nos identificamos mas que é por vezes difícil de ler.
Partilho convosco alguns dos excertos que gostei:
“Tenho medo do meu corpo. Tenho medo de que seja demasiado visível e, um dia, um homem volte a sentir que pode pegar nele e fazer dele o que quiser. Tenho medo de que seja demasiado invisível e que silencie a voz que anseio ter. Como seria para nós, mulheres, se pudéssemos ser ferozes, se pudéssemos usar o nosso corpo como uma coroa sem termos de o moldar tanto para agradar como para nos proteger dos homens? Como seria para nós se não tivéssemos de viver, todos os dias, com a dualidade de querermos ser desejadas, amadas e, ao mesmo tempo, respeitadas e donas da nossa liberdade?
As mulheres vivem todos os dias com medo. ”, Excerto de Ferozes, Helena Magalhães, página 18
“Tinha-o perdido, mais uma vez, para a distância, para os timings da vida, que às vezes são uma merda, para o amor que às vezes não basta, para as pessoas que conhecemos e vamos conhecer e que nos afastam cada vez mais. E sorri porque esta era a fantasia que eu sabia controlar.”, Excerto de Ferozes, Helena Magalhães, página 32
“Claro que hoje sei que tudo isto é normal, estamos em constante mutação. É normal termos medos. É normal termos sonhos que, eventualmente, nunca iremos concretizar porque estão para lá das nossas possibilidades. E isso não faz mal. Ter sonhos faz-nos querer ser melhores, desafia-nos todos os dias.” Excerto de Ferozes, Helena Magalhães, página 44
“Ao longo da vida, as outras pessoas vão sempre opinar sobre as nossas escolhas, salientar as nossas fraquezas e desdenhar das nossas conquistas. E isso aplica-se a quase tudo, desde a vida pessoal à profissional, por termos pés esquerdos para o baile ou por estarmos a tentar com todas as nossas forças entrar num emprego aparentemente impossível. A coisa mais idiota que podemos fazer é permitir que os outros condicionem a nossa vida com as suas opiniões, críticas e julgamentos. A única pessoa com quem competimos é com nós mesmas.” Excerto de Ferozes, Helena Magalhães, página 56
Classificação: 4 estrelas
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