Nome:
O Homem de Constantinopla
Autor:
José Rodrigues dos Santos
Ano:
2013
Editora:
Gradiva
Páginas:
501
Sinopse:
O Império Otomano desmorona-se e
a minoria arménia é perseguida. Apanhada na voragem dos acontecimentos, a
família Sarkisian refugia-se em Constantinopla. Apesar da tragédia que o
rodeia, o pequeno Kaloust deixa-se encantar pela grande capital imperial e é ao
atravessar o Bósforo que pela primeira vez formula a pergunta que havia de o
perseguir a vida inteira:
“O que é a beleza?”
Cruzou-se com a mesma
interrogação no rosto níveo da tímida Nunuphar, nos traços coloridos e
vigorosos das telas de Rembrandt e na arquitectura complexa do traiçoeiro mundo
dos negócios, arrastando-o para uma busca que fez dele o maior coleccionador de
arte do seu tempo.
Mas Kaloust foi mais longe do que isso.
Tornou-se o homem mais rico do
planeta.
Inspirado em factos reais, O Homem de Constantinopla reproduz a extraordinária vida do misterioso arménio que mudou o mundo – e consagra definitivamente José Rodrigues dos Santos como autor maior das letras portuguesas e um dos grandes escritores contemporâneos.
http://www.wook.pt/ficha/o-homem-de-constantinopla/a/id/15236375
O
livro: O livro apresenta-nos na capa a vista de um homem num cais, com várias
embarcações e os edifícios ao longe mostram-nos uma cidade, um pouco semelhante
com Lisboa.
Temas: a
procura da beleza, negócios do petróleo, perseguições religiosas.
Género/público: thriller,
drama e romance
Personagens
favoritas: Kaloust, pela tenacidade, empenho e dedicação.
Escrita:
envolvente,
descritiva e dramática.
História: Os livros do José Rodrigues dos Santos para mim são
momentos de aprendizagem, de viagem e de reflexão. Pelo menos, aqueles que não
envolvem Tomás Noronha, que esses ainda não li todos e honestamente não sei
ainda se os vou ler.
Este livro? Fala-nos de uma personagem muito discreta da
história de um homem que muito contribuiu para a cultura em Portugal, Kaloust Gulbenkian,
e de uma forma ou de outra todos já ouvimos falar um pouco deste senhor.
A história não é a real, não se tratam de factos, mas
trata-se de um romance, cheio de aventuras, acontecimentos infelizes e finais surpreendentes.
Este é o primeiro livro da saga de Kaloust, retrata a sua infância, juventude e
vida adulta e todos os acontecimentos que fazem dele, um dos homens mais ricos
do planeta.
A acção começa na Turquia, passa por Inglaterra, França e
acaba em Portugal… será a busca pela resposta à eterna questão o que é a
beleza? Será a descrição de como se torna tão rico e influente? Retrata algum
tipo de perseguição e a consequente destruição do império otomano? Todas estas questões
serão respondidas neste e no outro livro dedicado à segunda parte da vida de
Kaloust. Como? Através de uma escrita envolvente, que nos transporta através de
descrições vívidas aos locais, às pessoas, à história…
O contexto? As perseguições religiosas no império otomano
aos arménios pelos turcos. Mais tarde o interesse de Kaloust pelo petróleo e os
consequentes interesses económicos que daí resultam. A primeira guerra mundial
e a tomada de posições/interesses.
A personagem principal: Kaloust não nos aparece como a
personagem perfeita, desde cedo começamos a notar a sua ambição, o interesse por
coisas caras e uma moral não tão irrepreensível como aparenta, já que vive
quase uma vida dupla tanto a nível familiar como nos negócios. Kaloust é astuto
nos negócios, não fixa residência para não pagar impostos e investe num negócio
que poucos sabem ser o futuro do planeta: o petróleo. É ainda dotado de uma
estranha noção de moral, usando como desculpa e alegando questões médicas,
envolve-se com jovens de tenra idade, com o pretexto de manter a juventude.
Para além desta ambição desmedida, Kaloust procura responder
a uma questão essencial que o atormenta, o que é a beleza? Vemos ao longo da
narrativa, o autor adquirir belas obras de arte, que para ele transmitem a
noção de belo e particular, no entanto, não respondem totalmente ao conceito da
sua procura e vemos esta questão transposta para o segundo volume da sua
história.
E é assim que através de uma narrativa intensamente
descritiva que o autor nos transporta por acontecimentos históricos e locais
simbólicos e nos cativa fortemente à leitura de mais um dos seus romances.
Citações favoritas: “O que é a beleza?”, deixo este excerto porque compreendemos através da leitura do livro que
é subjectivo, a busca pela beleza depende de cada um de nós e das nossas
experiências.
"Nenhum ser humano esquece o dia em que o pai
morreu. Dizem que é o momento em que nos tornamos adultos e o futuro nos é
confiado como a chave de uma mansão de que somos enfim herdeiros."
"A beleza está evidente nos objectos, nas suas
formas e no seu conteúdo, na respectiva harmonia e qualidades intrínsecas, mas
o facto é que uma coisa não pode ser bela sem alguém que a contemple e a ache
bela."
"É por efeito da verdade que a arte se associa ao
bem", sublinhou Sir Kenneth. "É como se beleza, bondade e verdade
fossem os três vértices do mesmo triângulo."
Período de Leitura: 9 a 12 de Fevereiro
Nota: 5 estrelas
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