27/05/2015

4. Leituras de Fevereiro: Um milionário em Lisboa de José Rodrigues dos Santos


Nome: Um Milionário em Lisboa
Autor: José Rodrigues dos Santos
Ano: 2013
Editora: Gradiva
Páginas: 665

Sinopse: Baseado em acontecimentos verídicos, Um Milionário em Lisboa conclui a espantosa história iniciada em O Homem de Constantinopla e transporta-nos no percurso da vida do arménio que mudou o mundo - confirmando José Rodrigues dos Santos como um dos maiores narradores da literatura contemporânea. 
Kaloust Sarkisian completa a arquitectura do negócio mundial do petróleo e torna-se o homem mais rico do século. Dividido entre Paris e Londres, cidades em cujas suítes dos hotéis Ritz mantém em permanência uma beldade núbil, dedica-se à arte e torna-se o maior coleccionador do seu tempo. 
Mas o destino interveio. 
O horror da matança dos Arménios na Primeira Guerra Mundial e a hecatombe da Segunda Guerra Mundial levam o milionário arménio a procurar um novo sítio para viver. Após semanas a agonizar sobre a escolha que teria de fazer, é o filho quem lhe apresenta a solução:
Lisboa.

O homem mais rico do planeta decide viver no bucólico Portugal. O país agita-se, Salazar questiona-se, o mundo do petróleo espanta-se. E a polícia portuguesa prende-o.
Críticas de imprensa
«Um estilo de escrita prodigiosamente poético e melódico que enfeitiça o leitor.»
Literaturzirkel Belletristik, Alemanha



O livro: A capa apresenta-nos um homem de costas num miradouro, a olhar para o casario e diria mesmo o de Lisboa.

Temas: amor, guerra, procura pela beleza, descoberta pessoal.

Género/público: romance, suspense.

Personagens favoritas: Krikor, por não ter desistido da procura do seu grande amor perdido.

Escrita: cativante, descritiva e emocionante.

História: Este segundo livro veio completar a história de Kaloust e dar-nos a conhecer Krikor, uma personagem que eu pensei que ia viver na sombra do seu pai mas que me cativou desde a sua fuga e o início da busca pela sua amada. Já o seu pai adquire neste livro o charme e o carisma que vieram com a idade e com o seu trato no mundo dos negócios.

A escrita é como sempre muito descritiva, a vida de estudante de Krikor, a maneira como se apaixona e como foge para a Arménia, novamente a descrição dos acontecimentos aqui é exaustiva. Conhecemos os hábitos das famílias arménias cristãs, da convivência e da perseguição religiosa de que ainda são vítimas. Para colmatar todos estes acontecimentos caímos no cenário da segunda guerra mundial que afecta irremediavelmente a vida da família Sarkisian.

Este livro penso ser mais dramático que o primeiro, vemos Krikor amadurecer e sofrer como nunca sofreu. Assistimos à velhice que afecta o casal Sarkisian, a chegada da morte de mansinho que leva primeiro a mãe e depois Kaloust.

Vemos como Kaloust acaba por se fixar em Lisboa já que a nossa cidade se assemelha em muito à sua amada Constantinopla. E vemos através de Krikor, respondida a questão que atormentava Kaloust desde cedo sobre o que seria a beleza.

Este livro foi a conclusão suave da vida atribulada do patriarca Sarkisian, a história de Krikor veio trazer um pouco do romance e histórias de amor a que estamos habituados já nos livros de José Rodrigues dos Santos.

Citações favoritas:  
"É melhor ter más notícias do que notícias nenhumas."
"Prefiro enfrentar a realidade mais dura a viver na ilusão mais enganadora. A incerteza é insuportável."
"A arte é para ser fruída, não para ser esquecida."

Período de Leitura: 13 a 17 de Fevereiro

Nota: 5 estrelas


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