Aqui deixo mais uma opinião das minhas leituras de Outubro, ainda me faltam tantas opiniões! E tão pouco tempo!
Título: A Livraria
Autor: Penelope
Fitzgerald
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 180
Editora: Clube do Autor
Sinopse
Inglaterra,
1959.
Florence Green
vive na pequena vila costeira de Hardborough, longe de tudo, e que se
caracteriza precisamente por aquilo que não tem. Florence decide então, contra
tudo e todos, abrir a primeira e única livraria da terra.
Florence compra
um edifício abandonada há anos, gasto pela humidade e com o seu próprio
fantasma. Como se não bastasse o mau estado da casa, ela terá de enfrentar as
pessoas da vila que, de um modo cortês, mas inabalável, lhe demonstram a sua
insatisfação com a existência da primeira livraria local. Só a sua ajudante,
uma menina de dez anos, não deseja sabotar o seu negócio.
Quando alguém
sugere que coloque à venda a primeira edição de Lolita de Nabokov, a vila sofre
um «terramoto» subtil, mas devastador. E finalmente, Florence começa a suspeitar
da verdade: uma terra sem uma livraria é, muito possivelmente, uma terra que
não merece qualquer livraria.
A Livraria é
uma obra-prima acerca do mundo dos livros, dos sonhos e das vicissitudes da
vida, sob a forma de uma história envolvente e original.
«De todos os
romancistas da língua inglesa do século XX, Penelope Fitzgerald é
indiscutivelmente a maior… Consistente e convincente.»
Spectactor
«Uma narrativa
maravilhosa e penetrante.»
Times Literary
Supplement
«Um livro
original que se lê com muito prazer.»
Financial Times
«Simultaneamente
sábio e triste. Um livro vivamente recomendado.»
Library Journal
Críticas de
imprensa
« “A Livraria”
é um romance sábio, tocado aqui e ali por alguma melancolia de um tempo
passado, e escrito de maneira tão consistente e vívida, que a mais pequena das
cenas se enche de impressões como se fosse insuflada de cores. No final da
leitura, o leitor anseia por mais romances desta grande romancista inglesa.»
José Riço
Direitinho, Público, Ípsilon
O livro: A capa mostra-nos uma janela vermelha com a tabuleta indicando-nos o
título. Podemos dizer que é uma capa simbólica afinal uma livraria acaba por
ser uma janela para o mundo.
Temas: perseguição de um sonho, incompreensão,
resignação
Género/público: romance
Personagens favoritas: Gostei muito da maneira como as personagens foram
descritas, a autora permite-nos desde logo com as suas observações manifestar de
imediato algum sentimento para com a personagem, por exemplo empatia por
Florence ou desagrado por Mrs. Gamart.
Escrita: Aborrecida, rápida e pouco linear. Aborrecida pelo mesmo tom que mantém,
rápida nos momentos em que deveria ser mais descritiva, os personagens, os
conflitos as descrições dos locais deviam ser mais detalhados.
História:
Tenho que dizer que gostei e não
gostei do livro,
fiquei muito decepcionada com o fim, no entanto, dá-nos uma lição de que por
vezes por muito que tentemos o melhor é mesmo andar para a frente.
Admito que pensei que este livro
seria como ter uma espécie de déjà vu,
no entanto ficou longe disso, a protagonista Florence Green deixa muito a desejar comparando-a com a
protagonista de Chocolate, de Joanne
Harris. Florence não tenta cativar os habitantes da pequena vila com a ideia da
sua livraria, aliás logo de início vimos que ela está pronta para a guerra e
não para as tréguas.
Florence permitiu que o seu negócio
falhasse porque não soube lutar e conquistar a pequena vila, fazendo aliados.
Como heroína achei-a um pouco insípida e desligada, faltava-lhe a paixão pela
defesa da sua causa. Um bom exemplo desta paixão foi a personagem de Christine, com a defesa do seu sistema
de senhas. A pequena assistente acabará por ser o elemento mais interessante do
elenco de personagens apresentadas.
A grande adversária de Florence será Mrs. Violet Gamart, uma das pessoas
mais importantes da pequena vila e que quer transformar a recente livraria e casa
de Florence num Centro de Artes. A casa velha designada por Old House, e com um
“fantasma” designado no livro por “rapper” é disputada pelas duas mulheres.
Para melhorar as suas vendas e depois
de uns meses sem lucro algum, Florence decide-se a colocar a livro, na altura
polémico, Lolita de Nabokov à venda como aconselhado por um habitante da vila,
quase eremita, pois quase nunca saia de casa, Mr. Brundish, ele próprio dizia a Florence era que as mentalidades
das pessoas não lhes permitiria compreenderem o livro. Os lucros de Florence
sobem e quando parece que a livraria vai no bom caminho eis que Mrs. Gamart põe
em prática um plano para encerrar a livraria, já que achava que Hardborough
necessitava mais de um centro de artes do que propriamente uma livraria… e
Florence Green abdica do seu sonho, dos seus livros e daquela vila hostil e
onde foi infeliz.
Florence ainda resiste contra aquela
ideia, afinal ela só queria levar os livros às pessoas, partilhar um pouco do
seu gosto, e luta contra Mrs. Gamart. Todavia a batalha do livro é maior que
uma simples luta pelo espaço, por Old House. Penso ser também uma luta mais
simbólica, de velhos valores, tacanhos e retrógrados vs a mudança, a inovação e
o conhecimento/esclarecimento. Mrs. Gamart com ajuda de Milo e do seu sobrinho
que está no Parlamento vai levar a sua avante e levar a sua avante, pondo fim
ao sonho de Florence.
Achei o fim da narrativa um pouco
abrupta e triste, é raro encontrar um livro com um final que não deixe uma
réstia de esperança, de luz no futuro da personagem principal, no entanto é
assim que este termina, sombrio e pesaroso. Talvez quem sabe a autora nos dê a conhecer a vida de
Florence pós Hardborough.
Citações favoritas:
“Um bom livro é o precioso sangue vital de um espírito
mestre, embalsamado e entesourado de propósito para uma vida para lá da vida, e
como tal deverá seguramente ser um bem de primeira necessidade”.
Período de Leitura: 09-10-2014
Nota:
Editora:
Olá!
ResponderEliminarQuando vi este livro fiquei logo entusiasmada. Mas quando vi a opinião...mudei um pouco de ideias.
Quem sabe dou-lhe uma oportunidade!
Boas leituras!