13/06/2021

Leituras 2021: A Guardiã dos Sonhos, Rani Manicka


Sinopse:

“Os sons, os cheiros e os sabores da Malásia do século XX – um mundo sensual e exótico, povoado de mitos e magia, de deuses e fantasmas – unem-se numa sábia combinação de tradição e realismo mágico para contar uma história de riso, perda, amor e traição, que é, no fundo, o relato da vida atribulada de quatro gerações de mulheres.

Lakshmi é uma jovem de apenas catorze anos quando é obrigada a deixar o Ceilão, onde nasceu e viveu até então, para se casar com um homem bastante mais velho. Cinco anos depois, Lakshmi tem já cinco filhos e, não obstante a sua idade, apercebe-se de que terá de ser ela própria a construir o seu futuro. Implacável na sua determinação, tornar-se-á na admirável matriarca da família. Os seus filhos e filhas, com as suas distintas personalidades e percepções da história, vão configurando a saga familiar, que alterna momentos de alegria e dor, como os vividos aquando da cruel invasão japonesa, que deixará indeléveis cicatrizes em todos eles. Nisha, a neta, será quem finalmente irá reconstruir o mosaico da história familiar e o legado de Lakshmi, a Guardiã dos Sonhos, para nos oferecer uma complexa e sensual trama de sentimentos e vivências que atravessa a vida de quatro gerações.”

Opinião: O bom dos grupos de livros, é que nos chegam livros que nunca antes teríamos conhecido, ou sequer pensaríamos ler. Mas assim que alguem sugeriu e eu li a sinopse acima, fiquei muito curiosa e claro só queria ler o livro! Este entusiasmo não se desvaneceu enquanto esperava que chegasse e através de uma leitura conjunta, que acabei por não seguir pois a história começou muito bem, li a história de vida de Lakshmi. No início? Achei cruel, fiquei chocada, mas não consegui deixar de ler. Esta história é como um murro no estômago, deixa-nos várias vezes sem ar!

O que nos conta afinal o livro? Histórias, de mulheres, de vida, de relacionamentos, sobre comunicação, confiança, lealdade… a história de quatro gerações de mulheres e o seu percurso de vida, desde o Ceilão até à Malásia. A escritora é minuciosa nas descrições e socorre-se de uma linguagem rica e detalhada nas suas descrições, e quando damos conta, estamos presos à história de Lakshmi e da sua família. 

Podemos dizer que a história tem um antes e depois, a felicidade e a realidade. Antes da invasão japonesa e após a partida destes. Mas para perceber há que voltar um pouco atrás, Lakshmi com 14 anos é casada com um homem muito mais velho, que se pensava ser rico, aqui começa a verdadeira trama, não só não é rico, como a afasta da família ao levá-la para a Malásia. Pensamos que vilão, que história triste e nefasta! Mas Lakshmi rapidamente se habitua a este marido, à vida de casada, a ser mãe e a matriarca de quem a família depende!

É Lakshmi quem dará ritmo à história, o seu carácter decidido, o seu engenho, salvaram muitas vezes a família da fome, e do saque durante a estadia do japoneses, mas por muito engenho que tivesse, não conseguiu proteger um elemento da sua família é isso foi ponto determinante na história da sua família, causando uma ruptura na mesma.

Será a sua neta Nisha a reunir a história da família, através de pequenos relatos deixados em cassetes pela sua mãe, que através desta manta de histórias constitui o relato desta saga familiar, dos seus dramas, histórias, vicissitudes e triunfos.

Creio que é sobretudo uma história de tradições, do poder no feminino, da vida familiar, das tradições e de legados (as jóias, os saris de Laskhmi), contada de uma forma tão cativante que era impossível não gostar deste livro!



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